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Governo Lula

Lula é avaliado com até 80% de aprovação pelo interior do AM e na capital apenas em 35%

Avaliação do presidente é positiva em 58 dos 61 municípios. Apesar de avalização, Lula acumula polêmicas em seu governo

Manaus (AM) — O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi avaliado positivamente em municípios do Amazonas, conforme pesquisa da Perspectiva Mercado e Opinião. Na pesquisa, o interior do Estado aparece com 45,1% e Manaus contrario aos resultados, aparece com 34,6% – na média geral.

Apesar da baixa popularidade do presidente na capital amazonense, o cientista político Helso Ribeiro, explica que, na verdade houve um aumento na aceitação do presidente entre comparado entre a última eleição e atual momento da gestão petista.

“Pelos números apresentados, eu vejo um aumento. É claro que a aceitação de um candidato, não muda da noite para o dia. É bom lembrar que o presidente Lula tem oito meses de governo. Na eleição de 2022, a aceitação dele foi até pior, o ex-presidente Bolsonaro teve 62% de votos aqui na capital. Então, penso até uma melhora de certa forma, é claro tem aquela ideia de lembrança que eleitores ficam do último pleito. Por isso esse resultado, acredito que está dentro do esperado, com uma de melhora da aceitação do presidente Lula.”

, explicou Helso Ribeiro sobre os baixos resultados em Manaus.

Em 58 dos 61 municípios do interior, a gestão de Lula é bem avaliada. Apenas em três cidades do interior do estado, o presidente tem aprovação de abaixo de 50%. No município de Guajará a aprovação é de apenas 46,4%, Boca do Acre com 39,8% e Apuí, com o pior desempenho com 35%.

Os resultados revelam a aceitação que parte significativa da população do interior do estado deposita no atual presidente.

“Desde a última presidência do presidente Lula e posteriormente com a presidente Dilma, o governo deles realizou obras no interior do estado, principalmente a questão do programa Luz pra Todos e isso deixou marcas. Na eleição de 2018, o Haddad só perdeu em três municípios do Amazonas, ele ganhou do Bolsonaro em quase todos os municípios do interior do Amazonas. Na eleição de 2022, o presidente Lula só perdeu em quatro municípios do interior, ele ganhou no Amazonas principalmente por causa do interior. Então diria que prefeitos do interior e a população viram algum resultado. Esta aprovação nada mais é do que uma manutenção dos altos índices do presidente Lula no interior do Amazonas”

, declarou Ribeiro sobre a popularidade de Lula no interior do Amazonas.

Aparecendo em primeiro lugar em aceitação ao presidente, Tonantins tem 80,6% de aprovação. Entretanto, a aceitação de Lula na cidade destoa da avaliação estadual e municipal, com aprovação de 45,1% e 34,6%, respectivamente.

Fechando as cinco de melhores avaliações, estão Boa Vista do Ramos com 79,6%, Maraã com 78,9%, em quarto lugar de melhor avaliação aparece Nhamundá com 77,7% e São Paulo de Olivença 76,8%.

A quarta menor aprovação de Lula é em São Gabriel da Cachoeira com 51,6%, uma das duas únicas cidades que tem prefeito do Partido dos Trabalhadores (PT), o mesmo do presidente. Na outra, Urucurituba, a gestão do presidente é aprovada por 74,6%.

Veja abaixo a aprovação do presidente nos 61 municípios:

  1. Tonantins 80,6%
  2. Boa Vista do Ramos 79,6%
  3. Maraã 78,9%
  4. Nhamundá 77,7%
  5. São Paulo de Olivença 76,8%
  6. Silves 74,9%
  7. Urucurituba 74,6%
  8. Manicoré 74,0%
  9. Beruri 73,7%
  10. Barreirinha 73,4%
  11. Parintins 72,8%
  12. Itamarati 72,5%
  13. Atalaia do Norte 71,1%
  14. Carauari 71,1%
  15. Manaquiri 71,1%
  16. Caapiranga 71,0%
  17. Pauini 69,6%
  18. Barcelos 69,1%
  19. Ipixuna 69,0%
  20. Anamã 68,6%
  21. Benjamin Constant 67,9%
  22. Santa Isabel do Rio Negro 67,3%
  23. Santo Antônio do Içá 66,8%
  24. Autazes 64,6%
  25. Maués 64,3%
  26. Uarini 63,9%
  27. Borba 63,7%
  28. Fonte Boa 63,1%
  29. Urucará 63,0%
  30. Eirunepé 62,9%
  31. São Sebastião do Uatumã 62,3%
  32. Lábrea 62,0%
  33. Alvarães 61,0%
  34. Envira 60,8%
  35. Careiro 60,7%
  36. Anori 60,6%
  37. Nova Olinda do Norte 60,4%
  38. Coari 59,1%
  39. Juruá 59,1%
  40. Tapauá 59,0%
  41. Novo Aripuanã 58,1%
  42. Novo Airão 57,7%
  43. Itacoatiara 57,4%
  44. Manacapuru 57,3%
  45. Tefé 57,2%
  46. Careiro da Várzea 56,9%
  47. Iranduba 56,3%
  48. Canutama 56,1%
  49. Humaitá 55,7%
  50. Itapiranga 55,4%
  51. Rio Preto da Eva 55,4%
  52. Tabatinga 54,7%
  53. Jutaí 53,9%
  54. Amaturá 53,3%
  55. Japurá 52,8%
  56. Codajás 52,7%
  57. Presidente Figueiredo 52,3%
  58. São Gabriel da Cachoeira 51,6%
  59. Guajará 46,4%
  60. Boca do Acre 39,8%
  61. Apuí 35,0%

Críticas e falas polêmicas no Governo Lula

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) coleciona uma série de gafes e falas polêmicas sobre os mais variados assuntos. As declarações vão desde comentários controversos sobre minorias e ditaturas a declarações que envolvem a política externa de outros países.

Em junho, durante entrevista à Rádio Gaúcha, o presidente foi questionado sobre o motivo pelo qual setores da esquerda defendem o governo da Venezuela. Na ocasião, Lula disse que o conceito de democracia é “relativo”.

“A Venezuela tem mais eleições do que o Brasil. O conceito de democracia é relativo para você e para mim”,

afirmou o presidente.

Não é a primeira vez que Lula é criticado por falas sobre a Venezuela. Em maio, após recepcionar Maduro no Palácio do Planalto, o petista afagou o aliado político e afirmou que as acusações de que a Venezuela vive uma ditadura fazem parte de uma “narrativa”.

Na ocasião, a declaração gerou repercussão negativa, sobretudo de chefes de Estado que vieram ao Brasil a convite de Lula. Os presidentes do Chile, Gabriel Boric, e do Uruguai, Luis Lacalle Pou, por exemplo, discordaram do posicionamento do petista.

“Revolução” de 1964

Na mesma entrevista para a Rádio Gaúcha, Lula se referir ao golpe militar de 1964 como uma “revolução”, termo comumente usado pelos militares para se referir ao início do período ditatorial no Brasil.

“Problemas de parafuso”

Em abril deste ano, Lula se viu envolvido em outro momento que causou polêmica. Durante evento para anunciar investimentos em segurança nas escolas após um ataque que matou crianças de uma creche em Blumenau (SC), o presidente disse que pessoas que sofrem de deficiência intelectual têm “problemas de desequilíbrio de parafuso”.

“A OMS [Organização Mundial da Saúde] sempre afirmou que, na humanidade, deve haver 15% de pessoas com algum problema de deficiência mental. Se esse número é verdadeiro, e você pega o Brasil com 220 milhões de habitantes, significa que temos quase 30 milhões de pessoas com problema de desequilíbrio de parafuso. Pode uma hora acontecer uma desgraça”,

disse na ocasião.

A fala teve repercussão negativa e foi criticada tanto por pessoas com deficiência quanto por profissionais que atuam em áreas voltadas a políticas de saúde mental. O apresentador Marcos Mion, que tem um filho autista, classificou a declaração de Lula como “absurda”.

“Irresponsavelmente, a fala dele liga deficientes intelectuais diretamente aos casos de violência que infelizmente temos visto acontecer. Isso é um absurdo, pois não há qualquer comprovação. Como pai de um autista, eu me sinto atingido”,

disse Mignon.

Após críticas, Lula foi às redes sociais se desculpar pelo episódio. “Conversei e ouvi muitas pessoas nos últimos dias e não tenho vergonha de assumir que sigo aprendendo e buscando evoluir. […] Não devemos relacionar qualquer tipo de violência a pessoas com deficiência ou pessoas que tenham questões de saúde mental. Não vamos mais reproduzir esse estereótipo”, escreveu o presidente.

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