Manaus (AM) – Da mesma forma que a construção vertical veio para oferecer soluções para a moradia em todo o mundo, diante de uma escalada acelerada de urbanização, os negócios também estão seguindo essa tendência. Até 2022, houve o crescimento global contínuo por espaços que oferecessem soluções flexíveis para empresas que buscam escritórios e instalações compartilhadas, com serviços como recepção, suporte administrativo e salas de reunião. Além, é claro, de agregar valores como estacionamento, segurança e outros serviços.
Em Manaus, o mercado de empreendimentos verticais vocacionados para os negócios é bastante promissor. A avaliação é do presidente da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário do Amazonas (Ademi-AM), Henrique Medina.
“O setor está em alta. Foram três lançamentos nos últimos meses – um na Ponta Negra e dois na Zona Centro-Sul, nas proximidades do Amazonas Shopping e no Adrianópolis. São empreendimentos que estão tendo uma boa velocidade de venda”,
afirma Medina.
Os empreendimentos a que se refere o presidente da Ademi foram lançados de dezembro de 2022 até setembro deste ano. Um deles, representa 51,1% da oferta em comercialização primária. Os outros dois, fazem parte de 33% das unidades em comercialização. A pesquisa é realizada pela Ademi-AM e não faz a distinção entre prédio comercial e business center.
De acordo com Medina, o mercado de imóveis comerciais verticais em Manaus se diferencia do que ocorre na maioria dos outros estados. “Aqui, há predominância de salas comerciais, com valores menores, enquanto em outras praças há disponibilização de espaços comerciais e corporativos para empreendimentos de negócios maiores”, aponta. “Em contrapartida, essas características fazem com que os imóveis tenham uma maior velocidade de venda, sobretudo no lançamento”, destaca.
Medina explica, ainda, que nos anos anteriores a 2022 não houve lançamento de imóveis com essas características por conta da existência de estoques para vendas de imóveis nesse perfil entre 2014 e 2015.
“Este ano, o mercado de imóveis comerciais retomou e veio com produtos interessantes, para um nicho com viés na sustentabilidade, e isso demonstra que o nosso segmento é grande e com muito potencial”,
afirma.
Medina diz, ainda, que o cenário está sendo analisado pelos incorporadores e que há a necessidade de pulverização desse tipo de produto para outras regiões da cidade, como as zonas Norte e Leste, podendo atender também o Polo Industrial de Manaus.
Business Center
Metrópoles como Nova York, Londres e Tóquio já são conhecidas pela alta concentração de Business Centers devido à demanda de empresas que procuram essas características para sua instalação.
No Brasil, há um crescimento gradual, destacando-se cidades como São Paulo e Rio de Janeiro e um avanço para o crescimento regional, como em Curitiba e Belo Horizonte. A alternativa é tendência tanto entre empresas brasileiras quanto em multinacionais que buscam, principalmente, reduzir custos, melhorar a flexibilidade e acessar a infraestrutura de escritórios de alta qualidade.
O perfil de empresas que escolhem os business centers abrange também as startups, que buscam espaços para expandir ou reduzir rapidamente suas áreas de escritório.
A previsão para 2023 é de um crescimento de 10% para os imóveis comerciais – Taxa de Crescimento Anual Composta -, conforme o Compound Annual Growth Rate (CAGR), um percentual significativo, principalmente em função da vinda de investimentos do exterior para o mercado de imóveis comerciais, que têm aumentado.
Urbanização acelerada
O processo de urbanização, no mundo, foi acelerado a partir da Revolução Industrial, nos séculos XVIII e XIX, com o surgimento das fábricas e a necessidade de manter os trabalhadores nas proximidades. E continua na atualidade, de forma explosiva.
Até o final da próxima década, as áreas urbanas do globo deverão crescer em 80%, e esse aumento deverá ser vertical, se as cidades não quiserem acumular ainda mais problemas além dos que têm hoje. É o que diz o relatório da World Resources Institute (WRI), realizado em conjunto com a Universidade Yale, de 2019. Ainda de acordo com esse estudo, todo o planeta deverá estar urbanizado até 2100.
*Com informações da assessoria
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