O número de brasileiros endividados em novembro chegou ao menor nível desde janeiro de 2022. Conforme a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o volume de pessoas com dívidas a vencer apresentou uma redução pelo quinto mês consecutivo, representando 76,6% das famílias no país.
Seguindo a tendência de queda, o número de inadimplentes também recuou em novembro, totalizando 29,0%, o menor nível desde junho do ano passado.
O levantamento também aponta uma queda no número de pessoas que afirmaram não ter condições de pagar as dívidas de meses anteriores, chegando a 12,5%. As contratações no período de fim de ano é um dos fatores que favoreceram os orçamentos domésticos. Para o especialista Fernando Lamounier, educador financeiro e diretor da Multimarcas Consórcios a queda foi impulsionada com o recuo da inflação.
“Redução da taxa de juros e o aumento das oportunidades temporárias de final de ano. Os fatores reduzem a necessidade de recorrer às modalidades de crédito e melhoram o orçamento familiar”,
disse.
O cartão de crédito continua sendo a modalidade que as famílias mais se endividam, representando 87,7%. O resultado aponta um aumento de 1,3% em relação ao mesmo período do ano passado. Lamounier aponta que a linha de crédito é vista como um valor adicional ao orçamento mensal e os altos juros pioram o cenário.
“As famílias brasileiras vêm utilizando a modalidade para compras do dia a dia e a capacidade de parcelamento levou-as a acreditar que ao dividir uma compra a dívida fica menor, quando na realidade, as pessoas estão apenas antecipando as dívidas do próximo mês”,
explica.
O crédito consignado e o financiamento imobiliário também aumentaram no ano (0,5 p.p. e 0,4 p.p., respectivamente), porém as outras modalidades perderam representatividade na carteira de crédito dos consumidores.
Os carnês tiveram uma queda de 2,2%, seguido do financiamento de carro (0,6%) e cheque especial (0,3%). No mês, os homens tiveram as principais dívidas no cartão de crédito e as mulheres no crédito pessoal, modalidade com menores taxas de juros.
O especialista ressalta que apesar da queda, o número de endividados continua alto, com isso a educação financeira deve ser mais incentivada entre os brasileiros. A falta de consciência sobre os gastos ocasiona no endividamento de muitos jovens que não conseguem manter as finanças pela ausência de instrução apropriada.
“Esta compreensão beneficia não apenas o detentor do dinheiro, mas todos ao redor. Anotar os gastos e destacar as prioridades auxilia no planejamento para que se tenha condições saudáveis de se manter financeiramente, sem gastos por impulso”,
finaliza Lamounier.
*Com informações da assessoria
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