É comum principalmente perto da Semana Santa revistas de circulação nacional enfocarem a figura de Jesus Cristo sob os mais variados ângulos.
No entanto dentre todas as reportagens que li, nunca uma foi tão agressiva ao cristianismo quanto à da revista “Galileu” (Editora Globo) circulou anos atrás.
Sob o título “O que aconteceu depois da Páscoa”, a extensa matéria que inspirou a capa da revista com a manchete de “A invenção do Cristianismo” afeta a dignidade cristã-católica.
Nas entrelinhas, é destilado veneno nas palavras “Thiago, irmão de Jesus” (ditas por inúmeras vezes) insinuando que Maria teve outros filhos, posição própria de outras religiões.
Martinho Lutero em 1521, dedicou ao Magnificat o seguinte texto: “Este santo cântico da bem-aventurada Mãe de Deus deveria ser bem aprendido e tido em consideração por todos, porque neste hino Maria nos ensina a maneira de louvar e amar Deus… Ela quer ser o maior exemplo da graça de Deus de modo a estimular todos à confiança e ao louvor da graça divina (Lutero em “Escritos Religiosos” pág.431-512).
Crê apenas no que toca.
Realmente instalou-se no novo milênio a crise ética e da ética nos mais variados setores, no caso nos meios de comunicação.
Dizia Ortega Y Gasset: “Ao cultivar com insensato exclusivismo o nervo do interesse e o dogma da utilidade foi empobrecida a consciência ética do homem e foi embotada nos indivíduos todas as emoções propriamente morais”. Na revista, deturparam-se declarações de teólogos católicos. Insultado o cristianismo ante a definição de “seita judaica” repisada num artigo ofensivo ao direito e livre arbítrio de cada um. Citar Nietzshe, ateu confesso, para agredir Paulo, o apóstolo da comunicação social da época é dose cavalar. Sim, porque Paulo no Areópago fazia de sua oratória o que hoje a mídia faz com o mundo. A mídia nada mais é que um Areópago do 3º milênio. Se bem usada, cria. Se não, destrói. E Paulo edificou o BEM. O autor ousou até enredar em sua teia ateísta, um rabino renomado norte-americano sobre o tema da Unidade pregada por João Paulo II às religiões monoteístas. É bom lembrar que unidade não significa o mesmo que uniformidade. Unidade é conviver com o outro tendo como objetivo cêntrico, Deus, mas respeitando as diferenças religiosas. Já uniformidade é ser idêntico em todos os aspectos. A unidade, é o ecumenismo levado a efeito. Na matéria em questão houve a tentativa de formar opinião no leitor indicando-lhe conceitos e idéias a seguir: o ceticismo. Isso uma opção de cada um. Jamais a indução. Uma das principais normas éticas e morais do “criador de opinião pública” segundo o dicionário de Teologia Moral de F. Compagnoni, pág. 1203 – Ediciones Paulus) dita o seguinte: 1) “Os “mass media” não podem considerar o receptor (as massas) como um objeto passivo a quem se pode manipular, mas como um “partner” (parceiro). Nunca distorcer as notícias e ter sempre o compromisso de fazer com que a opinião pública coincida com a opinião justa”.
O autor do artigo é por certo um existencialista. Crê apenas no que toca. Conta uma antiga lenda medieval que Tomé (apóstolo de Cristo) depois de tocar com a mão nas chagas de Jesus ficou com esta vermelha de sangue até a sua morte. Porque não acreditou na Ressurreição.
Por isso, a incredulidade pode ser uma forma de assassinato; mas não assassinato daquilo que não se crê, senão o suicídio daquele que não se atreve a crer… Transcrito a pedidos.
*Carmen Novoa Silva é membro da Academia Amazonense de Letras e da Academia Marial de Aparecida -SP
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