Manaus (AM) – De 2019 a 2022, a Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon) realizou 1.508 conizações, pequena cirurgia que retira lesões pré-malignas do colo do útero, evitando a evolução para o câncer. Conforme informações do Instituto Nacional de Câncer (Inca), o Amazonas lidera os índices de casos de câncer do colo do útero em todo o Brasil.
Somente, em 2022, 700 mulheres amazonenses devem ser diagnosticadas com a neoplasia. Dados da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas – Dra. Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP) apontam que 271 mulheres morreram, em 2021, no estado, vítimas da doença.
Nesta semana, foram iniciadas as obras do Centro Avançado de Prevenção do Câncer do Colo do Útero do Amazonas (Cepcolu), anexo à FCecon, unidade vinculada à Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM), que será exclusivo para o tratamento das lesões pré-malignas no colo do útero.
Será um hospital-dia, ou seja, sem a necessidade de internação. Assim, após a cirurgia, a paciente retorna para casa.
“A construção do Cepcolu é um divisor de águas que vai representar o início do processo de erradicação do câncer do colo do útero dentro do nosso estado. Com este centro, iremos reescrever uma nova história do câncer do colo do útero no Amazonas”,
destacou o mastologista Gerson Mourão, diretor-presidente da FCecon.
Prevenção
O câncer do colo do útero é causado por inflamações persistentes de tipos oncogênicos do HPV, destaca a médica ginecologista e chefe do serviço de Ginecologia da FCecon, Mônica Bandeira. O vírus é adquirido sexualmente.
A vacina está disponível nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e protegerá as próximas gerações de mulheres, destaca a médica.
Já a prevenção secundária é o exame preventivo, também conhecido como Papanicolau. Este deve ser realizado anualmente nas mulheres que iniciaram sua vida sexual, mesmo sem qualquer queixa ginecológica.
“O objetivo do preventivo é detectar as inflamações que vêm antes desse câncer ser instalado na mulher, são as chamadas lesões pré-malignas, lesões precursoras do câncer do colo do útero. Quando falamos em preventivo, é para prevenir, evitar”,
afirma Bandeira.
Conização
Uma vez descobertas as lesões, chamadas de neoplasia intra-epitelial cervical de grau II ou III, a mulher será encaminhada para realizar a conização na Fundação Cecon ou na Policlínica Gilberto Mestrinho.
Em 2021, 548 mulheres foram submetidas à conização na FCecon, evitando o desenvolvimento do câncer. No primeiro bimestre de 2022, 131 pacientes passaram pelo procedimento.
Acompanhamento
Após a cirurgia, a paciente fará um controle a cada seis meses, com exame preventivo e colposcopia na FCecon. Se em um ano os exames estiverem normais, receberá alta da Fundação e seguirá fazendo seus preventivos na rede básica de saúde.
*Com informações de Agência Amazonas
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