Manaus (AM) – As agressões sexuais foram o maior tipo de violência registrada contra meninas de 10 a 14 anos no Brasil em 2022, segundo o Atlas da Violência, divulgado nesta terça-feira (18). De acordo com o levantamento, o tipo de agressão representa quase a metade (49,6%) dos casos de violência contra meninas nesta faixa etária.
Para a faixa etária entre bebês e crianças de até nove anos, esse tipo de agressão representa 30% dos casos. Nesta faixa e para a faixa etária a partir dos 70 anos, o principal tipo de violência é a negligência. De 15 a 69 anos, é a violência física.
O Atlas usa dados do Sistema Único de Saúde (SUS). A edição deste ano leva em conta informações referentes a 2022. Naquele ano, foram registrados 221.240 casos de violência contra meninas e mulheres, o que representa uma agressão a cada 2 minutos.
Agressões contra mulheres
Conforme o estudo, os homens são autores das violências em 86,6% dos casos. Eles são a maioria dos autores quando as vítimas têm a partir de 10 anos de idade. De 0 a 9 anos, os homens são responsáveis por 50% dos casos e as mulheres pelos outros 50%.
Em 81% dos casos, a violência sofrida por meninas ou mulheres acontece dentro das próprias residências (116.830). A via pública é o segundo lugar mais comum, com 6,1% dos registros.
Redução de homicídios
O estudo do Fórum Brasileiro e do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) indica, ainda, que o país registrou redução de 3% em relação a 2021. Os números representam uma taxa de 21,7 homicídios a cada 100 mil habitantes, igualando 2019 à menor taxa desde 2012, quando o número era de 28,9 a cada 100 mil.
No entanto, estimativa dos especialistas apontam que o número real de homicídios seria de 52.391 em todo o Brasil por conta de assassinatos que ficaram ocultos nos dados.
O Atlas estima que 5.982 assassinatos não entraram nas estatísticas oficiais por se tratar de mortes violentas por causa indeterminada (na sigla técnica MVCI). Este tipo de classificação, que não entra na base de dados de homicídio, tem aumentado desde 2018, segundo o estudo.
“Tendo em vista que parcela dessas MVCI são, na realidade, homicídios que ficaram ocultos nas estatísticas, as análises sobre prevalência da violência letal ficam prejudicadas”, diz o Atlas.
*Com informações do Metrópoles
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