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Denúncia

Mulheres são presas suspeitas de manterem dupla em situação análoga a escravidão no AM

Vítimas dormiam em ambientes não adequados, dividindo o espaço com animais

Foto: Reprodução

Presidente Figueiredo (AM) – Mãe e filha, de 54 e 24 anos, respectivamente, foram presas na quarta-feira (19), suspeitas de manterem dois homens em situação análoga a escravidão em um sítio localizado em Presidente Figueiredo, no interior do Amazonas.

De acordo com a titular da Delegacia Especializada em Crimes contra a Pessoa Idosa (DECCI), Andrea Nascimento, as investigações iniciaram após o recebimento de uma denúncia informando que um idoso estava em situação análoga à de escravo. Ao chegar no local, a equipe constatou o fato.

O idoso informou aos policiais que a mulher fazia com que ele cumprisse os afazeres do sítio, bem como cuidasse de todos os animais que somavam mais de 150, em uma jornada de trabalho exaustiva, sem pagamento de salário.

A vítima relatou ainda que a suspeita possuía residência em Manaus para onde ia com frequência. Segundo a polícia, após consultas nos Procedimentos Policiais Eletrônicos (PPE), foi possível localizá-la. Ela foi conduzida à delegacia para prestar esclarecimentos juntamente com sua filha.

Durante as investigações foram levantadas informações sobre um empréstimo e transferência bancária da conta do idoso, de 63 anos, para a conta da filha da mulher no valor de R$ 16 mil, em 28 de março de 2024. Agora, a polícia averigua de que forma essa quantia foi usada, uma vez que a jovem fez uma viagem para participar de um campeonato de jiu-jitsu na França logo após a transação bancária.

Para a polícia, o idoso disse não lembrar quando tudo isso começou a ocorrer, mas conforme documentos e comprovantes, há indícios que os crimes tiveram início em meados de setembro de 2022, quando começou a receber benefício do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), fato esse desconhecido pela vítima.

Já a outra vítima, um homem de 57 anos, estava desempregado. Em dezembro de 2023, a mulher ofereceu um salário para que fosse trabalhar com ela, e desde então passou a viver em situação análoga escravidão.

Essa segunda vítima não recebia salário, pois a suspeita sempre alegava algum tipo de dívida por parte da vítima. O homem afirmou que um pavão fugiu e teria que pagar pelo mesmo, que segundo as mulheres, seria de R$ 5 mil.

As vítimas dormiam em ambientes não adequados, dividindo o espaço com os animais. Estavam com as mãos e pés machucados, calejados pelo trabalho pesado que realizavam diariamente, além de apresentar visível debilidades físicas.

As mulheres responderão por redução à condição análoga à de escravo, supressão de documentos particulares, apropriação de bens ou rendimentos da pessoa idosa, discriminação, desdém, humilhação e menosprezo à pessoa idosa, furto mediante fraude ou abuso de confiança. Ambas ficarão à disposição do Poder Judiciário.

*Com informações do g1

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