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Alerta

Presença de homens armados em terras indígenas do AM é investigada pelo Exército

Suspeita é de que sejam narcotraficantes, e efetivo foi reforçado na fronteira com a Colômbia

Foto: Reprodução

São Gabriel da Cachoeira (AM) – Após o sistema de vigilância do 1º Pelotão Especial de Fronteira detectar a presença de homens armados na região do rio Uaupés, no distrito indígena de Iauaretê, em São Gabriel da Cachoeira (distante 862 quilômetros de Manaus), o Exército e a Força Aérea Brasileira reforçaram, nesta semana, o efetivo e ações de varredura pelo perímetro.

Segundo o comandante da 2ª Brigada de Infantaria de Selva, Nilton Diniz Rodrigues, a suspeita é que a movimentação seja de narcotraficantes.

Missão salesiana criada em 1915, a Iauaretê virou um povoado multiétnico, chamado também de Cidade dos Índios, onde vivem cerca de 3.000 indígenas dos povos tukano, tariana, baré, arapaso, hupda, tuyuka, desana e pira-tapuya, entre outros.

À reportagem, os moradores do município relataram que receberam mensagens de militares do Exército recomendando que permanecessem em suas casas, “sem circulação desnecessária” pela comunidade, enquanto a operação estivesse em curso.

Um indígena afirma ainda que há orientação para não subir o rio Uaupés. Fotos encaminhadas pelos moradores mostram portas fechadas e a comunidade vazia.

A suspeita é de que esses homens sejam integrantes residuais de grupos armados. “São fragmentos das antigas Farc [Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia]”, disse Rodrigues.

O general afirma que a comunidade recebeu alerta e que o objetivo é garantir a segurança de indígenas e ribeirinhos.

“Teve um alerta para a comunidade. Recebemos informações de pessoas estranhas transitando. Fizemos o alerta para os indígenas não irem para o roçado, ficarem dentro de casa”,

disse Rodrigues, comandante da 2ª Brigada de Infantaria de Selva, à Folha.

“Estamos monitorando. Fizemos um aumento do volume de tropas nos locais com mais de cem militares, varreduras nos rios e estamos vasculhando a área. Suspeitamos que seja um processo em consequência de altas apreensões de droga nos últimos dias na região.”

O general disse que houve reforço da Polícia do Exército também em pistas de pouso para que não sejam usadas de forma clandestina.

Em outra mensagem compartilhada pelos indígenas, o padre da comunidade pede que evitem tirar fotos dos militares em ação. Os relatos demonstram que o clima é de medo, entre indígenas e não indígenas.

Nas últimas semanas explodiu a quantidade de apreensão de drogas na região do Alto e Médio Rio Negro, segundo informações do Exército e da SSP-AM (Secretaria de Estado de Segurança Pública do Amazonas).

*Com informações da Folha de São Paulo

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