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poemário

‘DNA do infinito’, do poeta espanhol Claudio Rodríguez Fer, será lançado em Manaus

O poeta desenvolve sua obra em língua galega e que, com a irrupção de sua poesia de signo erótico, renovou a estética da literatura galega dos anos 80

Manaus (AM) — O professor e poeta espanhol Saturnino Valladares (na Coleção Cima del Canto — Lírica Espanhola — Vaga-lumes ao meio-dia/Valer) lançará, na próxima terça-feira (23), o livro “DNA do infinito” bilíngue, que traduziu para a língua portuguesa, do escritor premiado Claudio Rodríguez Fer, na biblioteca do ICBEU, localizada na avenida Joaquim Nabuco, 1286, Centro de Manaus, a partir das 18h30.

O livro, escrito originalmente em língua galega, é da criação do dramaturgo, narrador e ensaísta galego Claudio Rodriguez Fer. O poemário “DNA do infinito” apresenta uma erótica e libertária viagem pela Romênia, ilustrando a criativa passagem de um cancioneiro vital e amoroso pelas paisagens de Cárpatos, Bucareste, Sibiu, Brasov e Transilvânia.

Para a coordenadora editorial da Valer, Neiza Teixeira (Para aquém ou para além de nós/Valer), lançar essa obra em português e espanhol representa muito para editora, que busca obras relevantes e indispensáveis de outros países. Seja prosa, poesia ou mesmo estudo acadêmico.

“Publicar Rodríguez Fer é de extrema importância, tendo em vista que é uma reconhecida expressão da poesia espanhola, inclusive um autor detentor de vários prêmios. Devido à publicação da obra “DNA do infinito”, ele foi distinguido com a Medalha Mihai-Eminescu (pelos seus méritos na atividade cultural nacional e mundial) e o Prêmio de História e Crítica Literárias (pelas suas considerações estéticas e a sua participação criativa sobre a poesia mundial)”, disse Neiza Teixeira.

Vale destacar que a obra lançada em 2021 carrega elementos estéticos – a sensualizarão da palavra, a utilização de neologismos linguísticos, a multiplicidade de significados das palavras, entre outros – e éticos — a paixão vital integralmente ligada à justiça, à paz no mundo e à liberdade. Portanto, são nítidas as conexões estabelecidas entre essa composição e as de outros tempos. O poeta, tendo mais de trinta obras dedicadas ao gênero erótico, apresenta-se como pioneiro e máximo representante da literatura galega nessa área.

“DNA do Infinito” é a segunda obra do poeta traduzida por Saturnino Valladares e lançada pela editora Valer. No Brasil, é a primeira vez que é traduzida, bem como “Temporada no paraíso” (2019)’. Valladares tem se convertido no principal propagador da literatura espanhola no Amazonas e no Brasil, pois, além das obras supracitadas, traduziu outras quatro: Não amanhece o cantor (José Ángel Valente), Livro do frio e Cecília (Antonio Gamoneda) e A última costa (Francisco Brines). Todas lançadas pela editora Valer.

Para Leilson Assad de Souza Filho, mestre em Letras pela Universidade Federal do Amazonas com a dissertação ‘Claudio Rodríguez Fer: o erotismo e as viagens’, a obra, sem dúvida, oferece uma pequena amostra do universo poético, vital e humanístico de Rodríguez Fer, que ultrapassa todos os limites cognoscíveis e configura-se como a obra de plenitude do poeta.

Saturnino concorda com Armando Requeixo, quando diz que esse livro é a obra de plenitude de Claudio Rodríguez Fer (Requeixo, 2022, p. 33), pois as leituras, os lugares e o amor livre deste Eros transilvano e humanista confluem intensamente até condensar, na última estrofe do poema “ADN do amor e do prazer”, o sentido total de uma vida e de uma escrita intimamente ligada: “Isto é o ADN do amor: / potencialidade infinita. / Dá-lo e recebê-lo todo / sem renunciar a nada”.

Sobre o autor

Claudio Rodríguez Fer é poeta, narrador, dramaturgo e ensaísta de vanguarda, nasceu em 1956, em Lugo, Espanha, e tem consagrado vários livros ao erotismo, desde os cinco primeiros de poemas, reunidos posteriormente em Vulva, seguindo por A unha muller desconhecida, Viaxes a ti e Unha tempada no paraíso.

Convém assinalar que esta paixão pelo erótico e vital do poeta tem estado íntima e radicalmente unida a um compromisso integrador pela liberdade, à justiça e à paz no mundo, como constata sua trilogia poética consagrada à memória histórica da Galícia e o reconhecimento oficial desse labor, tanto em Galícia – Premio Galiza Mártir à recuperação da memória histórica, em 2014, pela Fundação Alexandre Bóveda, Pontevedra – como fora de suas fronteiras – Presidência de Honra, em 2012, da Associação Memória do Exilio dos Republicanos Espanhóis, com sede em Brest, Bretanha.

Na atualidade, Rodríguez Fer ocupa o cargo de Diretor da Cátedra José Ángel Valente de Poesia e Estética e da revista universitária Moenia, ambas da Universidade de Santiago de Compostela, na Espanha, e coordena os cadernos interculturais Unión Libre. Sua obra está traduzida em espanhol, catalão, francês, italiano, romeno, inglês, alemão, bretão, russo, árabe, grego e português.

Sobre o tradutor

Poeta, ensaísta e tradutor, Saturnino Valladares (1978) é Doutor em Literatura Espanhola, pela Universidade de Santiago de Compostela, Espanha, e professor no Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal do Amazonas desde 2013. É autor de cinco livros de poesia – Las almendras amargas, Cenizas, Secretos del Fénix, Los días azules e Vaga-lumes ao meio-dia – e de numerosos artigos e poemas publicados em jornais e revistas especializados, principalmente no Brasil e na Espanha. Sua obra poética foi incluída em várias antologias internacionais, como Amour Fou. Ebrio Desván de Amores Locos (2016).

Sua tese de doutorado, Retrato de grupo con figura ausente, ganhou o concurso da Diputación de Ourense, Espanha, e foi publicada em 2017. A editoria Valer trouxe à luz, em edição bilíngue espanhol/português, seus livros de poemas Segredos da Fênix (2017) e Vaga-lumes ao meio-dia (2020; 2.ª ed., 2023).

Na editora Valer, coordena a coleção “Cima del canto”, que pretende introduzir no Brasil poetas espanhóis das últimas décadas. Saturnino Valladares é o tradutor de seis obras desta coleção: Não amanhece o cantor, de José Ángel Valente, Uma temporada no paraíso e DNA do infinito, de Claudio Rodríguez Fer, Livro do frio e Cecília, de Antonio Gamoneda, e A última costa, de Francisco Brines. Em 2022, Valadares também publicou a primeira tradução para o espanhol de Muraida (1785), de Henrique João Wilkens, a primeira obra literária do Amazonas brasileiro.

*Com informações da assessoria

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