Menos de uma hora após o horário oficial de abertura das urnas na Venezuela para a votação para presidente que ocorre neste domingo (28), o ditador Nicolás Maduro voltou a dizer que é o único que pode garantir a paz no país. Ele votava em Caracas.
Mostrando-se incomodado com algumas das perguntas feitas pela imprensa –”você escutou o que eu disse?”, instou a uma repórter–, ele disse que reconhecerá o resultado oficial que será anunciado pelo CNE (Conselho Nacional Eleitoral), autoridade local do tema.
O ditador afirmou ainda que se trata do único candidato político perseguido nesse processo. “Perseguido internacionalmente”, afirmou, em referência às críticas que recebe da comunidade internacional pela autocratização que conduziu no país.
Nos últimos meses, seu regime ampliou a perseguição política de opositores, em especial os envolvidos na campanha que o desafia nas urnas.
Maduro tem frisado que o órgão nacional é soberano. É uma indireta às críticas da oposição Edmundo González-María Corina Machado.
A dupla formada pelo candidato oficial da principal coalizão opositora e pela principal líder opositora do país tem pedido que os eleitores sigam nos centros de votação até o momento final de auditoria das urnas para que possam observar as atas eleitorais e seus resultados.
Bocas de urna são proibidas no país, e o resultado só se dá a conhecer quando já estiver decretado pelo CNE.
As urnas fecham oficialmente às 19h (18h locais), mas a votação só se encerra quando todos que estiverem na fila tenham votado. Espera-se que os resultados sejam divulgados apenas na madrugada de segunda-feira (29), então.
Maduro ainda exigiu que não haja nenhum tipo de interferência externa no pleito. “A Venezuela não interfere nas eleições de nenhum outro país”, disse ele.
Horas antes da votação, na noite deste sábado (27), Maduro fez uma grande reunião com observadores internacionais aliados do chavismo para a qual convocou também os embaixadores em Caracas, como a representante do Brasil.
O encontro, com ares de propaganda, ainda que a campanha oficial tenha se encerrado no dia 25, foi usado por ele para louvar o chavismo. Na ocasião, Maduro voltou a criticar o ex-presidente do Brasil Jair Bolsonaro (PL) e disse que o Tribunal Superior Eleitoral ficou chateado por suas falas verdadeiras sobre as eleições no Brasil.
Erroneamente o ditador disse em comício que o pleito brasileiro não é auditado. A isso o TSE respondeu com a escolha de não mais enviar seus dois técnicos observadores para Caracas.
*Com informações do Folha de SP
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