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‘A estiagem no Amazonas está me deixando sem dormir’, afirma ministra Cármen Lúcia

Durante entrevista, a ministra falou sobre a mobilização da Justiça Eleitoral durante estiagem no Amazona

A presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Cármen Lúcia, afirmou ter uma mobilização da Justiça Eleitoral para que a estiagem no Amazonas não impeça eleitores de votar em 6 de outubro.

“A estiagem no Amazonas está me deixando sem dormir, porque posso levar a urna, posso levar o mesário ou a mesária — porque a gente atua com o apoio das Forças Armadas brasileiras —, mas o eleitor tem que poder sair da sua casa para votar, para participar nesse dia festivo”, afirmou a ministra Cármen Lúcia.  

A preocupação com a estiagem já havia sindo indicada pela ministra, durante participação no “Café com Aner – Número 100”, na terça-feira (20), realizado de forma remota, uma iniciativa da Associação Nacional de Editores de Revistas (Aner).

Segundo a presidente do TSE, para que a eleição aconteça, existe uma comunhão de esforços, no momento, com a Agência Nacional de Água (ANA), a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), o Tribunal Regional do Amazonas (TRE-AM) e as Forças Armadas, a fim de que a situação seja mapeada e, assim, seja possível avançar com propostas e soluções.

“Esse é um grande desafio, mas eleições são isso mesmo”, pontuou.  

A Defesa Civil do Estado do Amazonas informou, na quinta-feira (22), que, com 22,15 metros de altura, o Rio Negro permanece em nível crítico, 20 municípios decretaram situação de emergência.

Amaturá, Atalaia do Norte, Benjamin Constant, Beruri, Boca do Acre, Canutama, Carauari, Eirunepé, Envira, Guajará, Ipixuna, Itamarati, Juruá, Lábrea, Pauini, Santo, Antônio do Içá, São Paulo de Olivença, Tabatinga, Tapauá, Tonantins contam no boletim de monitoramento do governo.

“A urna chega, os mesários chegam porque a gente atua naquela região com apoio das Forças Armadas. O que agora é o desafio é como garantir que o leitor possa ir, sendo que para ele, para o brasileiro, eleição é sempre algo muito festivo, até nos piores momentos que vivemos nas últimas eleições. Então, agora o que nos temos é que estamos mapeando e seguindo”, disse.

“Por exemplo, o rio Solimões, em um mês e meio, tinha descido de 9 metros para menos de oito, em menos de um mês ele desceu de 8 para sete, em 15 dias ele desceu 7 para 5, depois em uma semana baixou para quatro metros e agora ele está com menos de três metros. Então, até 6 de outubro, isso pode piorar”, acrescentou a ministra.

A fala ocorreu na última quarta-feira (21) em entrevista ao canal Associação Nacional de Editores de Revistas (Aner) , no YouTube, onde a presidente do TSE.

A ministra acrescentou que atua para que nenhum eleitor fique impossibilitado de votar por condições da natureza.

“Então, eu quero dar um jeito para que nenhum editor tenha outra vez o isolamento porque ele tem o direito de chegar à urna”, relembrou a ministra o período da pandemia de 2020.

Nas bacias do Alto Solimões, do Médio Solimões e do Médio Amazonas, a situação da seca também é severa, e o governo amazonense prevê que a estiagem deste ano possa ser ainda mais grave do que a registrada em 2023, quando uma seca severa atingiu o estado e o rio Negro chegou a 12,7 metros, a menor medida registrada em 120 anos, já afeta mais de 250 mil pessoas no Amazonas.

No Amazonas, que conta com 62 municípios, estão 2.749.346 dos 155.912.680 eleitores brasileiros aptos a votar nas Eleições 2024.

É o 15º estado brasileiro em número de votantes e o segundo maior do Norte, atrás apenas do Pará, que ocupa a 9ª posição entre todas as unidades da Federação, com 6.226.373 votantes aptos.   

Visita a Manaus

Em julho, O governador Wilson Lima (União Brasil) recebeu a ministra Cármen Lúcia, para discutir sobre estratégias para as eleições municipais no Amazonas, principalmente devido à estiagem na região. 

Wilson Lima destacou a importância do encontro com a ministra, enfatizando o compromisso do governo estadual em colaborar estreitamente com o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) para garantir a realização de um processo eleitoral seguro e eficiente, mesmo diante das dificuldades provocadas pela estiagem.

“Recebemos a presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministra Cármen Lúcia, que veio ao Amazonas para tratar sobre os preparativos para as eleições municipais deste ano. Reforcei nosso compromisso em atuar em parceria com Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas, tendo em vista os desafios logísticos do nosso estado, principalmente frente à estiagem”, publicou.

Além das discussões sobre a seca, a Cármen Lúcia também visa avaliar os preparativos gerais para as eleições no Amazonas, garantindo que todas as medidas necessárias sejam tomadas para assegurar a lisura e a transparência do pleito.

A ministra iniciou em Manaus, como ponto de partida para uma série de visitas às capitais do Brasil, para discutir questões relacionadas ao processo eleitoral em meio às adversidades climáticas que afetam o Estado.

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