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eleições 2024

Pesquisas eleitorais são mesmo confiáveis?

Ao Em Tempo, especialistas explicam que até o fim das eleições, os resultados ainda são variáveis

Foto: Divulgação/TSE

Em ano de eleição, as pesquisas eleitorais tomam conta do cenário político e, principalmente, midiático. Afinal, essa metodologia científica pode influenciar o voto do eleitor, principalmente dos indecisos. Por isso, fica a pergunta: pesquisas eleitorais são mesmo confiáveis?

Para obter essa resposta, o EM TEMPO foi ouvir estatísticos experientes no cenário amazonense, para entendermos como são feitas as pesquisas de intenção de voto e porque algumas têm resultados tão diferentes entre si.

De acordo com o professor Erico Lopes, da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), a divulgação de uma pesquisa pode sim influenciar na decisão do eleitor. “Até mesmo os candidatos mudam as estratégias de campanha conforme os resultados”, disse.

Mesma opinião tem o especialista em marketing político e em pesquisa eleitora, Jerson Queiroz. “Existem aquelas pessoas que ‘não querem perder o voto’ e buscam aquele candidato que acreditam que irá ganhar, normalmente por que alguém disse ou por ter lido ou ouvido em algum lugar, criando a sensação de vitória”, afirmou.

Diferença nos resultados

Também questionamos os especialistas porque o resultado de algumas pesquisas são tão dissonantes entre si.

Nestas eleições, por exemplo, teve pesquisa colocando o candidato do PL, capitão Alberto Neto, em primeiro lugar, enquanto outras, no caso a maioria, o colocava sempre em terceiro o quarto colocado.

“A pesquisa é um recorte daquele momento. No entanto, o que causa essa diferença é a escolha do método aplicado. Tem empresas que fazem a coleta dos dados por telefone, outras presencialmente, e outras pela internet”, explicou o professor da Ufam, Erico Lopes.

Mas, apesar da diferença na metodologia, todas as pesquisas precisam seguir alguns parâmetros demográficos para se extrair um recorte fiel da população onde se realiza o levantamento. Isso se chama amostragem.

Nas pesquisas que estão sendo realizadas em Manaus, esses recortes têm sido de, no máximo, mil entrevistados. E, dentro desse universo, ainda há algumas outras regras estatísticas que devem ser seguidas.

Entre elas, está a divisão dos entrevistados com base na idade, no sexo, no grau de instrução e no nível econômico. E isso tudo, ainda subdividido em percentuais que levam em consideração a população de Manaus por bairro.

“Mesmo com todas essas estratégias, não é possível garantir a precisão total dos resultados, por isso existe a chamada margem de erro”, explica o professora da Ufam, Erico Lopes.

Tudo pode mudar

Como o resultado apontado por uma pesquisa é uma amostra do momento em que foi coletada, somente os últimos levantamentos realizados perto das eleições são tidos com mais confiáveis. Isso porque, basta um escândalo para modificar a opinião das pessoas.

Um exemplo, lembra o professor Erico, foi na eleição de 2022 para governador, quando o falecido ex-governador Amazonino Mendes começou no topo das pesquisas, mas acabou perdendo as eleições na última semana.

Segundo o professor, os problemas para cumprir agendas em Manaus e no interior, principalmente na reta final das eleições daquele ano, foi captada pelos levantamentos estatísticos da época.

“Na última semana essa queda foi muito acentuada. Na capital ele perdeu praticamente todos os votos”, lembrou Lopes.

Na avaliação do especialista em marketing político, Jerson Queiroz, muitas pessoas somente decidem o voto nos últimos dias antes da eleição. Isso causa variações muito grande entre o resultado divulgado no início e no fim da campanha eleitoral.

“Esses votos ficam de fora das pesquisas naquele primeiro momento, mas depois aparecem”, afirma Queiroz

Quem tem acesso aos dados?

Todos os dados coletados durante uma pesquisa eleitoral ficam de posse da Justiça Eleitoral e da empresa que as realizou. Eles podem ser requisitados a qualquer tempo mediante pedido formal ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE).

É a partir do acesso aos dados, que são feitas as impugnações de divulgação dos resultados. Só este ano mais de dez pesquisas foram impugnadas e tiveram sua divulgação suspensa por irregularidades

Nunca participei de uma pesquisa eleitoral

É comum ouvir as pessoas falarem que nunca participaram de uma pesquisa eleitoral. Segundo o professor Erico Lopes, isso é normal. Isso porque os institutos captam as informações por “conglomerados”, e não pelo número máximo de eleitores.

“Existem situações muito difíceis para se entrevistar, como um funcionário do distrito, por exemplo, que você teria que entrevistar ele fora do horário de trabalho. Mas qual é o detalhe? Esse funcionário do distrito pode ser representado pelo conglomerado, que é o aglomerado onde ela vive, que geralmente é o bairro, a família”, explica Lopes.

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