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Caso Julieta Hernández: juíza determina suspensão da primeira audiência de instrução

Audiência aconteceu no Fórum de Justiça Desembargadora Nayde Vasconcelos, no município de Presidente Figueiredo

No fórum, militantes do movimento feminista se reuniram antes da audiência começar
No fórum, militantes do movimento feminista se reuniram antes da audiência começar. Foto: Divulgação

A primeira audiência de instrução do caso Julieta Hernández, que aconteceu nesta sexta-feira (30), foi suspensa por determinação da juíza responsável pelo caso. A decisão foi tomada após a requisição de um documento citado durante a sessão. 

A audiência aconteceu no Fórum de Justiça Desembargadora Nayde Vasconcelos, no município de Presidente Figueiredo (distante 110 quilômetros de Manaus). A partir de agora, há um prazo de 15 dias para a entrega do documento e depois disso, uma nova data será marcada para que as oitivas serão retomadas.

No fórum, militantes do movimento feminista se reuniram antes da audiência começar. Também estavam presentes representantes do Conselho Nacional dos Direitos da Mulher (CNDM); a secretária Nacional de Enfrentamento à Volência Contra a Mulher do Ministério das Mulheres, Denise Motta Dau; Procuradoria Especial da Mulher da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam); Conselho Estadual dos Direitos da Mulher (CEDIM) e a União Brasileira de Mulheres (UBM).  A sessão aconteceu de portas fechadas.

De acordo com o advogado que representa a família de Julieta, Carlos Nicodemos, o sentimento neste momento é de frustração por se tratar de um crime bárbaro.

“Existe a expectativa de uma resposta do Estado brasileiro sobre o crime. A família, obviamente, fica frustrada com o resultado de hoje. Devemos lembrar que estamos falando de um crime bárbaro, com contornos de feminicídio e xenofobia, então isso pesa demais para a família, para a pauta e na agenda dos direitos das mulheres no Brasil”, observou.

O advogado também destacou a importância da entrega do documento para a continuidade das oitivas.

“É um documento importante para que todas as partes envolvidas no processo tenham acesso a ele e, a partir daí, todas as testemunhas sejam ouvidas. Vamos aguardar o prazo de 15 dias”, disse.

A sessão aconteceu em meio à luta da família para que o crime seja reclassificado de latrocínio para feminicídio. Após uma intensa mobilização nacional para a mudança na tipificação do crime, o promotor responsável pelo caso recusou o pedido da família.

Relembre o caso

Julieta Hernández foi morta enquanto viajava de bicicleta pelo Brasil, a caminho da Venezuela, seu país de origem. Ela desapareceu no dia 23 de dezembro de 2023, no município de Presidente Figueiredo, localizado a 117 quilômetros de Manaus. Seu corpo e partes da sua bicicleta foram encontrados em janeiro deste ano, após 14 dias desaparecida.

As investigações apontaram que a artista foi estuprada, assassinada e teve o corpo queimado pelo casal Thiago Angles da Silva e Deliomara dos Anjos Santos, que confessou o crime. Eles foram denunciados pelos crimes de estupro, latrocínio e ocultação de cadáver.

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