Uma ação de monitoramento de pressões e ameaças na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Uatumã, localizada no município de São Sebastião do Uatumã, interior do Amazonas, resultou em diversas apreensões, entre 24 e 29 de setembro. Ao todo, a ação impediu a venda de 552 ovos de quelônios, retirados ilegalmente da Unidade de Conservação.
Além dos ovos, as equipes apreenderam 19 tracajás, três tartarugas e 200 quilos de tucunaré, peixe símbolo da região. A suspeita é que os ovos e os animais seriam vendidos de forma criminosa em São Sebastião do Uatumã.
“Essa atividade foi realizada com o objetivo de combater a pesca predatória e o comércio ilegal de quelônios e outros animais silvestres. Fizemos a operação a partir de denúncias de moradores, por isso é importante que a comunidade se engaje na conservação dessas áreas e reporte aos órgãos competentes sobre as ilegalidades que estão sendo cometidas”, disse o gestor de Unidades de Conservação, Walben Júnior.
As abordagens foram realizadas por polos. No dia 24 de setembro, a ação ocorreu no Polo 1, abarcando comunidades dos rios Iri, Leandrinho e Jatapú. Na ocasião, uma lancha que estava em atividade turística foi abordada com 252 ovos de quelônios envolvidos em roupas sujas. A embarcação também fazia o transporte de um macaco-aranha, que estava preso dentro de uma caixa de madeira.
“A suspeita é que esses ovos e o macaco seriam levados para Presidente Figueiredo. Conseguimos efetivar a soltura dele em uma área próxima à base da Sema. A UC realiza atividades de conservação de quelônios, mas infelizmente não havia mais como reintroduzir os ovos em chocadeiras do projeto e eles precisaram ser descartados”, relatou Walben.
No mesmo dia, outros quatro tracajás foram apreendidos em uma canoa, nas proximidades do Iri, que também seriam vendidos no município de São Sebastião do Uatumã.
No dia seguinte, 25 de setembro, a operação se concentrou no Polo 2 da RDS, incluindo as comunidades do Jarauacá, Caribi, Barreto, Jutaituba, Caranatuba e lagos próximos. Na ocasião, 300 ovos de quelônios, que teriam sido extraídos do Jarauacá, foram apreendidos em uma canoa.
No mesmo dia, um comunitário foi abordado a caminho da sede de São Sebastião transportando 200 kg de tucunaré, que foram pescados ilegalmente e seriam vendidos na cidade. Todo o peixe foi recolhido e doado para a comunidade do Jarauacá.
No dia 27 de setembro foi a vez do Polo 3 receber as ações de monitoramento, incluindo as comunidades Camarão, Abacate, Tafulão, Carabar. Uma embarcação foi abordada com 15 tracajás e 30 malhadeiras, utilizadas para captura ilegal dos animais.
Após denúncias de moradores, as equipes encontraram outras três tartarugas, que estavam na casa de um comunitário. Todos os quelônios foram devolvidos à natureza, enquanto as malhadeiras foram destruídas pelas equipes de fiscalização.
Durante toda a ação, as comunidades também receberam orientações sobre a prática de crimes ambientais, prevenção de queimadas, planos de manejo e regramentos gerais sobre a Unidade de Conservação.
*Com informações da assessoria
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