Divulgado na última semana durante o 3º Seminário Internacional de Segurança no Trânsito, promovido pela Secretaria Nacional de Trânsito (SENATRAN), o estudo realizado pela Fundación MAPFRE, com o desenvolvimento técnico pelo Instituto de Segurança no Trânsito (IST), fornece um panorama sobre o cenário atual da mobilidade por motociclistas no país.
Estruturado em quatro etapas, o material conta com uma amostra de mais de 1,2 mil participantes entre análises quantitativas e qualitativas.
Entre seus destaques, o estudo identificou que uma proporção significativa de 21,6% dos motociclistas começou a pilotar antes dos 18 anos, ou seja, sem atingir a idade legal mínima no Brasil para obter a CNH-A.
Os dados mostram também que 26,5% começaram a pilotar aos 18 anos e aproximadamente 27,5% iniciaram entre os 19 e 24 anos, enquanto a proporção de iniciantes diminui para 17,5% após os 25 anos.
Apenas 6,8% dos motociclistas começaram a pilotar após os 35 anos, sugerindo que parte dos motociclistas decide aprender a pilotar mais tarde, seja por mudança de estilo de vida, motivos profissionais, ou necessidades de transporte.
Neste contexto, o estudo da Fundación MAPFRE também levantou as percepções dos motociclistas sobre os principais desafios para a obtenção da CNH-A. Entre os participantes, 72,4% citaram os custos como uma das principais dificuldades, enquanto 40,2% mencionaram o nível de dificuldade dos exames como um ponto a ser considerado.
Os dados acendem um alerta quando se trata da segurança viária de motociclistas, especialmente no Brasil. Nos últimos anos, o país testemunhou um crescimento notável na frota de motocicletas, passando de cerca de 4 milhões em 2000 para mais de 30 milhões em 2021.
No entanto, esse crescimento também trouxe um aumento preocupante no número de sinistros fatais envolvendo motociclistas. Ainda que a taxa de mortalidade por 10.000 motocicletas tenha caído de 6,18 em 2000 para 4,13 em 2021, os motociclistas brasileiros seguem enfrentando um risco de mortalidade significativamente maior em comparação com seus homólogos em países, como a Espanha.
“Este estudo traz à tona dados fundamentais sobre o comportamento dos motociclistas no Brasil, especialmente no que diz respeito ao cumprimento das normas de trânsito. Identificar essas informações nos ajuda a compreender melhor os riscos associados e a necessidade de ações educativas que incentivem o desenvolvimento de políticas públicas voltadas para a a cultura de segurança e responsabilidade no trânsito”, explica Fátima Lima, representante da Fundación MAPFRE no Brasil.
Além das entrevistas quantitativas e qualitativas, ao final do estudo os motociclistas participantes puderam contribuir com sugestões de melhorias em prol da segurança viária. Entre as medidas mais apoiadas a fim de reduzir os sinistros estão: cursos de direção defensiva (68,8%), sessões de simulações de situações de risco (58,3%), campanhas educativas sobre o tema (58,1%) e treinamentos práticos em autoescolas (57,9%).
O ‘Estudo Sobre Hábitos e Comportamentos dos Motociclistas no Brasil’ já está disponível no Centro de Documentação da Fundación MAPFRE. Para mais informações, acesse: Link
*Com informações da assessoria
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