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Tecnologia e inovação em Manaus: balanço de 2024 e perspectivas para 2025

Continuidade dos investimentos em educação, a expansão das iniciativas de bioeconomia e o crescimento do ecossistema de startups serão fatores determinantes para consolidar Manaus como um Polo de inovação

Foto: Divulgação

*Por Otávio Abreu, jornalista e especialista em assessoria de comunicação e mídias digitais. Atua no time de marketing da Fundação Paulo Feitoza – FPFtech, instituição de pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I), em Manaus.

O ano de 2024 consolidou Manaus como um ambiente em plena transformação no campo da inovação e tecnologia. A convergência de ações voltadas ao fortalecimento do ecossistema local, associada a investimentos estratégicos e a valorização de talentos regionais, formaram as bases de um cenário que se projeta como um dos mais promissores do país.

Com iniciativas com foco não apenas no desenvolvimento de tecnologias digitais, mas também na promoção de soluções alinhadas às demandas regionais e globais, esse movimento sinaliza uma mudança importante: Manaus começa a ocupar um lugar de destaque no mapa da inovação nacional, impulsionando o diálogo entre universidades, empresas, startups e instituições públicas.

De acordo com Vania Thaumaturgo, Presidente do Conselho de Administração Associação Polo Digital de Manaus (APDM), os avanços não se limitam à criação de novos produtos ou serviços, mas envolvem a construção de uma cultura inovadora capaz de gerar impactos perenes. “O crescimento que estamos presenciando é fruto da sinergia entre diferentes atores do ecossistema, criando um ambiente colaborativo que impulsiona soluções criativas e aplicáveis às necessidades da sociedade”.

Educação e inovação: o papel das capacitações

Outro ponto de destaque em 2024 foi o fortalecimento de programas de capacitação profissional e a ampliação de iniciativas educacionais voltadas à tecnologia e inovação. A formação de novos talentos se tornou um dos pilares centrais para atender às demandas emergentes do setor, garantindo mão de obra qualificada para suprir as necessidades do mercado de tecnologia da informação e comunicação – TIC.

No entanto, apesar dos avanços, a alta demanda por profissionais capacitados no Polo Industrial de Manaus (PIM) ainda persiste como um desafio significativo. De acordo com o estudo “Demandas de Profissionais para o Polo Industrial de Manaus (PIM)”, realizado em 2024 pela Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (FIEAM), Centro das Indústrias do Estado do Amazonas (CEAM) e Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH), as indústrias instaladas na Zona Franca de Manaus precisarão contratar, nos próximos três anos, até 11.170 profissionais com formação de nível médio e superior, especialmente nas áreas de Engenharia e Administração.

Para Leonardo Silva, Analista de Negócios da WIT Incubadora da FPFtech, a educação é o caminho mais eficaz para sustentar a transformação digital. “Não há avanço tecnológico sem pessoas preparadas para conduzi-lo. Investir em formação e capacitação é garantir que o futuro do ecossistema de inovação seja robusto e alinhado às novas demandas, principalmente em um setor onde o conhecimento vem se tornando um dos seus principais ativos econômicos”.

Esse investimento no capital humano não apenas amplia as possibilidades de crescimento, como também gera soluções cada vez mais conectadas à realidade amazônica, criando um diferencial competitivo para a região.

Bioeconomia: inovação e sustentabilidade

Em 2024, a bioeconomia emergiu como um dos principais vetores de desenvolvimento sustentável na Amazônia, destacando-se pela criação de fundos de investimento específicos e pela ampliação de projetos que aliam tecnologia e conservação ambiental.

De acordo as estimativas da Associação Brasileira de Bioinovação (ABBI), a bioeconomia pode gerar faturamento industrial adicional de US$ 284 bilhões por ano, até 2050. Esse crescimento reflete o interesse crescente de grandes empresas e investidores em soluções que combinam inovação e preservação.

“Estamos observando um momento único, no qual as tecnologias sustentáveis podem ser grandes aliadas na valorização de produtos oriundos dos recursos naturais da Amazônia. O avanço da bioeconomia não apenas transforma a região em um polo de inovação sustentável, mas também projeta a Amazônia como referência global em iniciativas verdes que promovem a conservação da floresta e estimulam a geração de renda”, pontua Olinda Canhoto, doutora em Biotecnologia e Analista de Negócios na FPFtech.

Essas ações criam um ecossistema que não apenas gera retorno econômico, mas também reforça o compromisso da região com a sustentabilidade, estabelecendo bases sólidas para o desenvolvimento futuro.

O fortalecimento do ecossistema local

O avanço das startups e o surgimento de soluções voltadas a áreas como automação e logística regional refletem o amadurecimento do ecossistema de inovação em Manaus. Com o apoio de incubadoras e programas de aceleração, as empresas locais têm ganhado tração, destacando-se pela capacidade de resolver desafios práticos e, ao mesmo tempo, fomentar a economia regional.

Victor Almeida, Diretor Executivo da Associação Polo Digital de Manaus (APDM), destaca que esse fortalecimento é resultado de um trabalho conjunto entre diversos setores. “Estamos vendo um ecossistema cada vez mais conectado e resiliente, capaz de criar soluções inovadoras e de posicionar a região como um polo de tecnologia em ascensão”.

Esse movimento, aliado à infraestrutura e ao fortalecimento das políticas de incentivo, tem colocado Manaus como uma referência estratégica para o desenvolvimento de projetos de inovação no país.

Perspectiva para 2025

O balanço positivo de 2024 aponta para um cenário promissor em 2025. A continuidade dos investimentos em educação, a expansão das iniciativas de bioeconomia e o crescimento do ecossistema de startups serão fatores determinantes para consolidar Manaus como um polo de inovação.

Além disso, a ampliação da transformação digital no Polo Industrial de Manaus (PIM) e o avanço de tecnologias como Inteligência Artificial e automação industrial devem intensificar ainda mais o papel estratégico da região no setor de TIC.

Como ressalta Leonardo Silva: “O potencial de inovação da Amazônia é imensurável, mas ele só será plenamente aproveitado se continuarmos investindo em pessoas, tecnologia e propósito”.

Em resumo, as ações realizadas em 2024 deixaram um legado importante, não apenas pelo impacto gerado, mas pelo caminho que apontam para os próximos anos. Manaus, hoje, está preparada para se consolidar como um polo inovador, que alia tecnologia, empreendedorismo, sustentabilidade e talentos locais para gerar impacto regional e nacional.

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