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Quaresma

Caminhar na esperança

Esperança na misericórdia que leva à conversão

Foto: Reprodução

“Jesus Cristo, morto e ressuscitado, é o centro da nossa fé e a garantia da nossa esperança na grande promessa do Pai, já realizada n’Ele, Seu Filho amado: a vida eterna” (cf. Jo10,28; 17,3) (Papa Francisco, Mensagem para a Quaresma).

A quaresma é um caminhar juntos na esperança. Com Jesus caminhar na esperança, pois na busca de vida nova como pessoas e como comunidades. Esperança na misericórdia que leva à conversão.

Caminhar sempre! Nos sofrimentos, nas desilusões, no esquecimento do horizonte, na perda do sentido de tudo, caminhar. “Estou realmente a caminho ou estou paralisado, estático, com medo e sem esperança, acomodado na minha zona de conforto? Busco caminhos de libertação das situações de pecado e falta de dignidade?” (Mensagem). Caminhar com aqueles que perderam as forças para permanecer de pé. Mover-se, ser viandante.

Caminhar juntos, como movimento de conversão sinodal. Com seguidores e seguidoras de Jesus somos chamados a percorrer juntos o caminho, não como viajantes solitários. Caminhar juntos significa ser tecelões de comunhão e fraternidade, partindo da dignidade comum de filhos de Deus (cf. Gl 3,26-28). Significa caminhar lado a lado, sem pisar ou subjugar o outro, sem alimentar invejas ou hipocrisias, sem deixar que ninguém fique para trás ou se sinta excluído (Mensagem).

O caminho quaresmal, por ser conversão à sinodalidade, pede uma conversão ecológica. Permanecer no movimento gracioso de pertencermos ao Reino de Deus onde tudo está interligado. Na Casa Comum, como nos pedirá a Campanha da Fraternidade, Fraternidade e Ecologia Integral, estarmos na dinâmica do Ressuscitado que tudo transformou.

Uma quaresma juntos na esperança da transformação, da vida nova. A esperança que não engana(cf. Rm 5,5), pois Ressurreição! A certeza que faz exclamar: “Nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem o presente, nem o futuro, nem as potestades, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Rm 8, 38-39) na expressão de São Paulo. Jesus, crucificado-ressuscitado a esperança, o homem redimido. A morte foi transformada em vitória e aqui reside a fé e a grande esperança dos cristãos: na ressurreição de Cristo! (Mensagem).

Viver concretamente a quaresma na esperança, ajuda a ler os acontecimentos da história, da cotidianidade, impele a um compromisso com a justiça, a fraternidade, o cuidado da casa comum, garantindo que ninguém seja abandonado. Uma abençoada e vivificante quaresma.

Cardeal Leonardo Ulrich Steiner

(*) Cardeal Leonardo Ulrich Steiner é Arcebispo Metropolitano de Manaus

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