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CONTEXTO

‘É um descaso o que Guedes faz com a gente, não dá mais para confiar’ diz Wilson Périco

Para o comandante do CIEAM, “é um descaso o que Guedes faz com a gente e não há mais como confiar nas palavras do ministro”.

Segundo o presidente do CIEAM (Centro da Indústria do Estado do Amazonas), Wilson Périco, depois dos recentes decretos assinados pelo presidente Jair Bolsonaro contra a Zona Franca de Manaus, sob a inspiração do ministro Paulo Guedes, “a indústria que produz no PIM agora está fazendo conta para ver se vale a pena continuar produzindo em Manaus com essa insegurança jurídica ou se é melhor passar a exportar para o Brasil”.

Conforme Périco, o decreto que zerou o IPI dos concentrados de bebidas só favorece a importação e acaba com a atividade das empresas que se dedicam aos concentrados. “Zerar o IPI não vai favorecer brasileiros de outras regiões do país. O governo deve entender que em Manaus há brasileiros também, e que o polo de concentrados gera empregos na capital e no interior do Estado”.

Para o comandante do CIEAM, “é um descaso o que Guedes faz com a gente e não há mais como confiar nas palavras do ministro”.

“Difícil entender”

Na opinião de Wilson Périco, é difícil entender o que o presidente Jair Bolsonaro e o ministro Paulo Guedes querem da indústria brasileira, em especial da indústria localizada em Manaus. 

“Não somos contra a redução do IPI para quem produz no Brasil e gera empregos para brasileiros aqui”, diz o empresário, lamentando “o antagonismo que o polo de concentrados da ZFM sempre despertou aos olhos de Guedes, que hoje resolveu zerar o IPI e prejudicar o polo”.

Presidente enganado ?

Ainda falando à coluna,  Périco disse que em um momento de extremas dificuldades, por mais que se especule que o presidente da República está sendo enganado por Paulo Guedes, não dá para acreditar nisso.

“Não podemos acreditar porque se você tem uma loja e dá uma determinação ao seu gerente e ele não a cumpre, então quem manda na loja é o gerente. Tudo isso é muito triste, e vamos ver como tudo vai ficar, inclusive porque o Governo do Estado está tomando as providências judiciais cabíveis no âmbito do Supremo Tribunal Federal”, diz o líder empresarial.

De novo no Supremo

Tão logo soube da decisão do Governo Federal de zerar o IPI dos concentrados de bebidas, o governador Wilson Lima anunciou, em suas redes sociais, que ingressará com nova ação no STF para salvaguardar os direitos constitucionais do polo.

Em visita à Samsung e Flextronics, Wilson prometeu lutar para salvaguardar o modelo.

Também nas redes, parlamentares como os deputados federais Marcelo Ramos (PSD) e Zé Ricardo (PT) postaram mensagens criticando o ato de Jair Bolsonaro e defenderam nova corrida ao STF para combater a insegurança jurídica no PIM.

Morte de um polo inteiro

Coordenador da bancada amazonense no Congresso Nacional, o senador Omar Aziz (PSD) lamentou o decreto presidencial que zera a alíquota do IPI e instala o caos na ZFM, resultando no fim de 7 mil empregos.

“O decreto acaba com um polo inteiro da ZFM e o presidente sabe da importância desse segmento para o Amazonas, pois é um setor que gera empregos em Maués, em Presidente Figueiredo e em muitos outros municípios que produzem açaí. O presidente tem consciência do que está fazendo, mas a troco de quê? Os concentrados não influenciam em nada a inflação”, dispara o senador.

Imagem suja

De acordo com o deputado estadual Serafim Corrêa (PSB), as maldades perpetradas pelo Governo Federal à ZFM, além de enfraquece-la, poderão causar gigantesco desgaste à imagem do Brasil em nível internacional.

Exemplo de modelo de desenvolvimento econômico que respeita e preserva o meio ambiente, a ZFM, agora, corre o risco de ser destruída pelo Palácio do Planalto, o que, aos olhos do mundo, provará a total indiferença da política federal de desenvolvimento da Amazônia de forma sustentável.

Sem a ZFM, o deputado diz que o Amazonas será condenado ao desmatamento, às ocupações desordenadas de terras e aos garimpos ilegais.

PDL de Zé Ricardo

O deputado petista Zé Ricardo protocolizou, ontem, na Câmara Federal, um  Projeto de Decreto Legislativo (PDL) para sustar o decreto que mata a indústria de concentrados do PIM.

O problema é que o deputado-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), bolsonarista de carteirinha, costuma engavetar todos os PDLs de parlamentares amazonenses que saem em defesa da ZFM.

“Asfalta Manaus” 

Na Câmara Municipal de Manaus, os vereadores David Reis (Avante), Raulzinho (PSDB) e o vice-presidente da Comissão de Serviço e Obras Públicas do Poder, Antônio Peixoto (Pros) rasgaram elogios ao programa “Asfalta Manaus”, do governador Wilson Lima com o prefeito David Almeida.

Segundo os parlamentares, as obras de recuperação, pavimentação e asfaltamento de 10 mil ruas “mudarão para melhor a cidade de Manaus”.

Os convênios assinados por Wilson e David envolvem o investimento de R$ 150 milhões e vão gerar pelo menos 6 mil empregos em todas as zonas da cidade.

Reuniões presenciais

A partir da próxima terça-feira (03), as reuniões plenárias da Assembleia Legislativa do Amazonas (ALE-AM) serão totalmente presenciais, segundo informou o deputado-presidente Roberto Cidade (UB).

O retorno à normalidade deve-se à baixa da pandemia e ao sucesso das campanhas de vacinação contra a Covid-19 realizadas pelo Governo do Estado em parceria com a Prefeitura de Manaus, diz Cidade.

1º de Maio quente

Os movimentos de direita e conservadores do Amazonas vão realizar, neste domingo, 1º de maio, uma motociata  em Manaus para agitar o feriado alusivo ao Dia do Trabalhador.

O evento terá início às 16h, com previsão de saída da Bola do Produtor, na Zona Leste da capital.

Participarão da motociata o deputado federal capitão Alberto Neto (PL) e o pré-candidato ao Senado, coronel Alfredo Menezes.

Chico Buarque

A 4ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) manteve a condenação imposta pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) a um usuário da internet de indenizar por danos morais o músico Chico Buarque.

Também serão indenizados a ex-esposa do músico, Marieta Severo, e suas três filhas por comentários ofensivos postados contra eles. A indenização foi fixada em R$ 100 mil.

Banco denunciado

Conforme o vereador Caio André (PSC), trabalhadores do Banco Santander estão sendo obrigados a trabalhar após o fim do expediente sob condições inadequadas e sem receber os benefícios que lhe são assegurados por lei. 

“Os funcionários do Santander estão trabalhando à noite sem adicional noturno, sem pagamento de horas extras, e pior, com o ponto batido como se estivessem cumprindo uma jornada normal de trabalho. Os bancos fazem isso visando ao lucro, mas isso tem que acabar na cidade de Manaus”, disse o parlamentar.

Caio encaminhou denúncia ao Ministério Público do Trabalho (MPT).

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