Deputado defende que unidade oncológica também assuma papel no diagnóstico, diante da ausência de estrutura específica no estado
Manaus (AM) – Em pronunciamento na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), nesta quarta-feira (09), o deputado estadual Dr. George Lins (União Brasil) pediu que a Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon) amplie sua atuação e assuma, quando necessário, a responsabilidade pelo diagnóstico de câncer. A defesa é especialmente voltada para casos graves e frequentes na região, como câncer peniano e ósseo.
Dr. George questionou a norma da própria FCecon, em vigor desde 2022, que condiciona a abertura de prontuário à apresentação prévia de biópsia — com poucas exceções. Segundo ele, essa exigência tem restringido o acesso de pacientes à unidade, além de atrasar o início do tratamento.
“Se a Fundação atua na prevenção, como faz com o Cepcolu, ela também pode e deve responder pelo diagnóstico, ao menos até que o Centro de Diagnóstico de Câncer se torne realidade”, afirmou.
“O câncer não espera”
Ao contestar a justificativa da FCecon — de que, por ser hospital de atenção terciária, deve se limitar ao tratamento —, o parlamentar argumentou que a estrutura disponível hoje no estado é insuficiente para garantir os diagnósticos necessários fora da Fundação.
“No caso do câncer de pênis, por exemplo, que tem alta incidência na região, muitos pacientes chegam com lesões visíveis, mas não podem ser atendidos porque não têm biópsia. Onde esse paciente vai conseguir esse exame? Em quanto tempo? Quando voltar, pode ser tarde demais”, alertou o deputado, que também é médico urologista.
Dr. George também destacou as limitações dos prontos-socorros em realizar biópsias ósseas, diante da falta de insumos e especialistas. Segundo ele, a criação de um Centro de Diagnóstico de Câncer é urgente, mas, enquanto isso não ocorre, a FCecon poderia responder de forma mais resolutiva.
Norma vigente e exceções
Hoje, a norma da FCecon permite abertura de prontuário sem biópsia apenas em casos muito específicos, como tumores cerebrais, de fígado com marcador tumoral elevado ou próstata com PSA acima de 200 ng/mL. Casos como câncer peniano, ósseo e outros tipos continuam fora da lista de exceções, dificultando o acesso ao sistema de tratamento oncológico estadual.
Fundação promete avaliar proposta
Durante a Cessão de Tempo, solicitada pelo deputado Delegado Péricles (PL) e concedida ao mastologista Gerson Mourão, diretor-presidente da FCecon, houve compromisso de avaliar a proposta apresentada. Mourão reconheceu a complexidade do cenário e afirmou que a Fundação está aberta ao diálogo para aprimorar os fluxos de atendimento.
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( * ) Com informações da assessoria – GC
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