Enquanto a coalizão da Flotilha da Liberdade avança pelo Mediterrâneo rumo à Faixa de Gaza para romper o bloqueio imposto por Israel, organizações sociais e ativistas de todo o mundo se articulam para iniciar a Marcha Global para Gaza. Os organizadores esperam reunir milhares de manifestantes de 51 países, em uma mobilização internacional contra a ocupação israelense e a crise humanitária no território palestino.
“A Marcha Global para Gaza é um movimento cívico, apolítico e independente. Não representamos nenhum partido político, ideologia ou religião. Representamos o povo, em toda a sua diversidade e humanismo”, diz o perfil oficial da organização.
Caminhada terá início no Egito
A Marcha Global deve se reunir em 12 de junho, no Cairo, capital do Egito. De lá, os participantes seguirão de ônibus até a cidade de Al-Arish, na Península do Sinai. A partir desse ponto, a marcha será feita a pé por três dias, até chegar à cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, em 15 de junho.
Após a prisão de ativistas da Flotilha da Liberdade por Israel, caravanas do Norte da África – conhecidas como Soumoud (“firmeza” em árabe) – partiram da Argélia e da Tunísia com destino ao Egito. O movimento também aguarda participantes da Líbia, Marrocos e de países do Magreb.
Brasileiros integram a mobilização internacional
A ativista Adriana Machado, membro do Partido da Causa Operária (PCO), está em Paris e deve embarcar para o Cairo nos próximos dias. Ela relatou à Agência Brasil a expectativa e a tensão quanto à possível reação das autoridades egípcias.
“A gente acorda todo dia com imagens de crianças sendo mortas em Gaza e não podemos ficar em silêncio. Essa Marcha é resultado de uma organização mundial que quer lutar contra o imperialismo e o sionismo, que cometem esse genocídio e têm o apoio da imprensa capitalista que não mostra direito o que está acontecendo”, protestou Adriana.
Bloco internacional contra o cerco a Gaza
A meta dos manifestantes é romper o cerco de Israel à Gaza, que já dura mais de três meses, e denunciar a situação de fome e sofrimento de mais de 2 milhões de palestinos. Segundo a ONU, cerca de 3 mil caminhões com ajuda humanitária estão retidos na fronteira com o Egito, sem autorização para entrar no território sitiado.
Entre os apoiadores da Marcha, está a organização norte-americana Jewish Voice for Peace (Vozes Judaicas Pela Paz), crítica das ações de Israel em Gaza. Em comunicado, a ONG convocou a sociedade civil a se juntar ao movimento.
“A situação em Gaza é insuportável e governos e organismos internacionais falharam em intervir para fazer justiça ao povo palestino. Portanto, precisamos fazer isso nós mesmos. Uma congregação internacional se reunirá em 15 de junho no Egito e seguirá em direção à fronteira com Rafah.”
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