As Forças de Defesa de Israel lançaram, na noite de quinta-feira (12), uma ofensiva contra dezenas de alvos no Irã. Explosões atingiram Teerã e outras cidades do país. O Exército israelense afirmou que o ataque teve como objetivo conter o avanço do programa nuclear iraniano.
Logo após os bombardeios, o regime do Irã prometeu retaliar Israel e os Estados Unidos, afirmando que os dois países vão “pagar caro”. O líder supremo iraniano, aiatolá Ali Khamenei, declarou que Israel terá um “destino amargo”.
A seguir, veja perguntas e respostas sobre a ofensiva:
1. Por que Israel atacou o Irã?
Israel justificou a ofensiva como uma ação preventiva contra uma “ameaça iminente”. Segundo o governo israelense, o Irã estaria perto de obter armas nucleares e já acumulou urânio enriquecido suficiente para fabricar até nove bombas.
A Embaixada de Israel no Brasil classificou o Irã como “patrocinador do terrorismo global” e afirmou que o regime iraniano quer “aniquilar o Estado de Israel”.
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu afirmou que não permitirá que o Irã desenvolva armas de destruição em massa.
2. Quais foram os alvos atacados?
Os bombardeios atingiram instalações nucleares e bases militares. Israel afirmou ter causado “grandes danos” à usina de Natanz, principal centro de enriquecimento de urânio do Irã. O aeroporto militar de Tabriz, no noroeste do país, também foi atingido.
Além disso, o serviço secreto israelense, o Mossad, teria usado drones para enfraquecer as defesas aéreas iranianas antes dos ataques aéreos.
3. Quem morreu no ataque?
A TV estatal do Irã confirmou a morte do comandante da Guarda Revolucionária, Hossein Salami, e do chefe das Forças Armadas, Mohammad Bagheri.
Salami era um dos principais líderes militares iranianos e já havia defendido publicamente o fim do “regime sionista”. Bagheri, no comando das Forças Armadas desde 2016, liderava operações estratégicas, inclusive no programa de mísseis balísticos.
Dois cientistas nucleares iranianos, Mohammad Mehdi Tehranchi e Fereydoon Abbasi, também morreram na ofensiva.
4. O Irã já respondeu?
Autoridades israelenses informaram que o Irã lançou cerca de 100 drones contra Israel como resposta. O regime iraniano classificou o bombardeio como uma “declaração de guerra” e acionou o Conselho de Segurança da ONU.
Khamenei declarou que Israel e Estados Unidos sofrerão “consequências dolorosas”.
5. Como começou o conflito entre os dois países?
A tensão entre Israel e Irã se intensificou após a Revolução Islâmica de 1979. O novo regime rompeu relações com Tel-Aviv e cedeu a embaixada israelense à Organização para a Libertação da Palestina (OLP).
Com o tempo, Israel passou a ver o Irã como ameaça existencial, especialmente por causa do financiamento a grupos como Hamas e Hezbollah e pelo avanço do programa nuclear iraniano.
6. O Irã representa uma ameaça nuclear?
Israel afirma que sim. O governo israelense diz que o Irã possui urânio enriquecido suficiente para fabricar até 15 bombas nucleares e que um terço desse material foi produzido nos últimos três meses.
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) também expressou preocupação com a falta de cooperação do Irã. Um dia antes do ataque, a agência censurou o país pela primeira vez em 20 anos.
7. Qual é o poder militar de Israel e Irã?
Israel tem cerca de 340 caças avançados, como os F-35, e sistemas de defesa como o Domo de Ferro. O país possui cerca de 90 ogivas nucleares e conta com o apoio dos Estados Unidos.
O Irã, por outro lado, tem o segundo maior efetivo militar da região e investe pesado em drones e mísseis. A frota aérea iraniana, no entanto, é composta em grande parte por aviões antigos.
8. O que disseram os Estados Unidos?
O governo norte-americano negou envolvimento direto no ataque. O secretário de Estado, Marco Rubio, afirmou que Israel agiu por conta própria. Já o ex-presidente Donald Trump declarou que o Irã deve negociar “antes que não reste nada”.
9. Qual foi a reação do Brasil?
O Itamaraty condenou o ataque e disse que Israel violou a soberania iraniana. Em nota, o governo brasileiro alertou para o risco de um conflito de grandes proporções e pediu o fim imediato das hostilidades.
10. O que dizem outros países?
União Europeia, ONU, Otan, Reino Unido e Alemanha pediram contenção. França reconheceu o direito de defesa de Israel, mas defendeu a desescalada. China e Rússia condenaram a ação israelense.
A AIEA demonstrou “profunda preocupação” com o bombardeio às instalações nucleares e alertou para o risco de vazamentos radioativos.
11. O conflito vai continuar?
Tudo indica que sim. O Exército de Israel já prepara novas fases da operação. O porta-voz militar Effie Defrin afirmou que a ofensiva pode ser longa. As ameaças do Irã também indicam que o confronto está longe de terminar.
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