A Polícia Civil do Rio de Janeiro investiga se o adolescente de 14 anos, que confessou ter matado os pais e o irmão de 3 anos, em Itaperuna (RJ), premeditou o crime com o objetivo de sacar o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) do pai, no valor aproximado de R$ 33 mil. O dinheiro, segundo os investigadores, seria utilizado para viajar ao Mato Grosso e encontrar a namorada com quem mantinha um relacionamento virtual há seis anos.
Pesquisa na internet e depoimento da namorada
Durante a análise do celular do adolescente, a polícia encontrou buscas sobre “como receber FGTS de pessoas falecidas”. A namorada virtual do garoto, de 15 anos, prestou depoimento à polícia por mais de duas horas na quinta-feira (27), acompanhada da mãe.
Ela confirmou que conversou com o adolescente antes e depois do crime. Segundo a jovem, as mensagens trocadas pareciam parte de um “jogo de videogame”.
A Polícia Civil agora analisa o conteúdo do depoimento para entender se houve incentivo ou participação indireta da adolescente no planejamento do triplo homicídio.
Internação e comportamento após o crime
O menor foi apreendido na quarta-feira (25) e transferido nesta sexta-feira (27) para uma unidade de internação provisória em São Fidélis, no Norte Fluminense. Ele deve permanecer no local por até 45 dias, enquanto a Justiça define as medidas socioeducativas definitivas.
Ao deixar a delegacia, o jovem se recusou a responder à imprensa. Quando questionado sobre arrependimento, balançou a cabeça negativamente.
Dinâmica do crime e tentativa de enganar a polícia
As investigações revelam que o adolescente usou a arma do pai — um atirador esportivo — para executar a mãe, o pai e o irmão de 3 anos enquanto dormiam, no sábado (21). Em seguida, ocultou os corpos na cisterna da casa e foi até a delegacia com a avó, alegando o desaparecimento da família.
Segundo o garoto, Inaila Teixeira (37) e Antônio Carlos Teixeira (45) teriam levado o filho mais novo ao médico após ele engolir um pedaço de vidro, mas não retornaram nem atenderam chamadas. A versão não convenceu os investigadores.
Durante buscas na casa, a polícia encontrou sangue no colchão, roupas sujas, sinais de queimadura e uma mala com dois celulares. Um forte odor vindo da cisterna levou à localização dos corpos.
Confrontado com as evidências, o adolescente confessou o crime ainda na delegacia.
(*) Com informações da SBT NEWS
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