O corpo de Juliana Marins, jovem brasileira que morreu durante uma trilha no vulcão Rinjani, na Indonésia, chegou ao Brasil nesta terça-feira (1º). O voo da Emirates Airlines pousou por volta das 17h no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos.

A retirada do corpo foi feita sob supervisão da Polícia Federal. A repatriação mobilizou a família, autoridades e instituições públicas.

Nova autópsia será feita no Brasil

De acordo com a Defensoria Pública da União (DPU), uma nova autópsia será realizada no Brasil. O procedimento deve ocorrer em até seis horas após a chegada, para preservar eventuais evidências.

A família contesta o laudo da Indonésia, que apontou acidente como causa da morte. O principal ponto de dúvida é o tempo que Juliana teria sobrevivido após a queda.

Juliana caiu durante trilha em vulcão ativo

A queda aconteceu no dia 20 de junho, durante uma trilha no vulcão Rinjani, localizado na ilha de Lombok. A jovem viajava pela Ásia e compartilhava sua experiência nas redes sociais.

O governo federal acompanha o caso, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva determinou prioridade à apuração.

A Prefeitura de Niterói, cidade natal de Juliana, arcou com os custos do translado.

Família levanta hipótese de omissão de socorro

A DPU solicitou a nova autópsia após inconsistências no atestado de óbito emitido pela Embaixada do Brasil em Jacarta. O documento se baseia no laudo feito na Indonésia, mas não esclarece o momento exato da morte.

Imagens de drones sugerem que Juliana poderia ter sobrevivido por mais tempo. A família acredita que ela tenha aguardado resgate por dias. A necropsia indonésia não confirmou essa hipótese.

Se a nova perícia apontar omissão, autoridades brasileiras poderão abrir investigações civis ou criminais.

O que diz a primeira autópsia feita em Bali

A primeira autópsia foi feita no dia 26 de junho em um hospital da ilha de Bali, após o corpo ser removido do Parque Nacional do Monte Rinjani.

O legista responsável, Ida Bagus Putu Alit, afirmou que Juliana morreu em menos de 20 minutos, devido a múltiplas fraturas e lesões internas.

“Os indícios mostram que a morte foi quase imediata […] fraturas múltiplas, lesões internas — praticamente em todo o corpo”, declarou o legista. Ele descartou a hipótese de hipotermia.

Família critica divulgação do laudo à imprensa

A irmã da vítima, Mariana Marins, criticou a forma como o laudo foi divulgado:

“Minha família foi chamada no hospital para receber o laudo, mas, antes disso, o médico deu uma coletiva de imprensa. É absurdo atrás de absurdo”, disse.

A família espera que a nova autópsia traga clareza sobre o tempo de sobrevivência e ajude a identificar possíveis negligências no resgate.

(*) Com informações do Metrópoles

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