O tarifaço anunciado por Donald Trump pode atingir duramente as exportações brasileiras a partir de agosto. Com alíquota de 50%, a medida incide sobre produtos como aço, carne bovina, celulose, petróleo e café — setores-chave para diversos estados. As informações são do InfoMoney.

Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) mostram que São Paulo lidera o volume de exportações para os EUA, com US$ 13,5 bilhões no último ano. Em seguida vêm Rio de Janeiro (US$ 7,4 bi), Minas Gerais (US$ 4,6 bi) e Espírito Santo (US$ 3 bi).

Ranking de exportações para os EUA (por valor em US$)

EstadoValor exportado (US$)
São Paulo13,5 bilhões
Rio de Janeiro7,4 bilhões
Minas Gerais4,6 bilhões
Espírito Santo3,0 bilhões
Rio Grande do Sul1,8 bilhões
Santa Catarina1,7 bilhões
Paraná1,5 bilhões
Bahia882 milhões
Pará835 milhões
Maranhão748 milhões
Amazonas99 milhões

Estados mais dependentes do mercado dos EUA (em % das exportações)

EstadoDependência (%)
Ceará44,9%
Espírito Santo28,6%
Paraíba21,6%
São Paulo19,0%
Sergipe17,1%
Rio de Janeiro16,2%
Maranhão13,4%
Minas Gerais11,0%

Impactos regionais podem afetar emprego e PIB

Segundo a CNI, cada R$ 1 bilhão exportado para os EUA gerou, em 2024, 24,3 mil empregos diretos e R$ 531,8 milhões em massa salarial. Com a nova tarifa, o aumento de custos poderá tornar inviável parte dessas exportações, gerando perdas locais, especialmente em estados com baixa diversificação de mercados.

Para o professor Paulo Vicente, da Fundação Dom Cabral, a dependência excessiva torna o cenário ainda mais delicado. “Quanto maior a dependência, maior o impacto no PIB estadual”, explica.

Caminhos possíveis para os exportadores brasileiros

Como alternativa, especialistas sugerem a busca por novos mercados — como Europa, Ásia e África — ou a criação de subsidiárias dentro dos Estados Unidos, para driblar o aumento tarifário. Mas alertam: nenhum parceiro comercial substitui o peso do mercado americano no curto prazo.

Leia mais:

Trump anuncia tarifa de 50% contra o Brasil

Brasil prepara resposta legal e comercial às sanções de Trump

Zona Franca de Manaus pode ser afetada por tarifa de Trump aos produtos brasileiros

Muita calma nessa hora: o tarifaço de Trump e seus reflexos na indústria no Amazonas

( * ) Com informações da InfoMoney/GC