O Reino Unido e outros 24 países, incluindo França, Canadá e Japão, divulgaram nesta segunda-feira (21) um comunicado conjunto pedindo o fim imediato da guerra na Faixa de Gaza. “Nos reunimos para enviar uma mensagem simples e urgente: a guerra em Gaza deve cessar imediatamente”, afirmam os signatários. O grupo alerta que “o sofrimento dos civis em Gaza atingiu novos níveis”.
População de Gaza à beira da fome
Cerca de 2 milhões de palestinos estão cercados por Israel há mais de 21 meses, desde o ataque terrorista do Hamas em 7 de outubro de 2023. A Agência das Nações Unidas para Refugiados Palestinos (UNRWA) informou estar recebendo “mensagens desesperadas de fome” de sua equipe em Gaza.
Desde maio, a ajuda humanitária que chega ao território é distribuída pela Fundação Humanitária de Gaza (GHF), apoiada por Estados Unidos e Israel, mas criticada por organizações internacionais. “O modelo de distribuição de ajuda implementado pelo governo israelense é perigoso, alimenta a instabilidade e priva os habitantes de Gaza de sua dignidade humana”, criticam os ministros.
ONU denuncia mortes durante busca por alimentos
Segundo a ONU, 875 pessoas morreram tentando conseguir alimentos desde o fim de maio, das quais 674 perto dos locais de distribuição da GHF. “É assustador que mais de 800 palestinos tenham sido assassinados enquanto tentavam obter ajuda”, escreveram os signatários, classificando como “inaceitável” a recusa de Israel em fornecer assistência humanitária.
O Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, registrou 18 mortes por fome entre sábado e domingo.
Países signatários e exigências
Além do cessar-fogo, os 25 signatários exigem a libertação imediata dos reféns “cruelmente detidos” pelo Hamas e manifestam oposição a mudanças no território ou na demografia de Gaza. Os países que assinaram a declaração são: Austrália, Áustria, Bélgica, Canadá, Dinamarca, Eslovênia, Espanha, Estônia, Finlândia, França, Islândia, Irlanda, Itália, Japão, Letônia, Lituânia, Luxemburgo, Países Baixos, Nova Zelândia, Noruega, Polônia, Portugal, Suécia, Suíça e Reino Unido. A comissária europeia de Igualdade, Hadja Lahbib, também subscreveu o texto.
ONU alerta para desnutrição grave
A UNRWA, Médicos Sem Fronteiras (MSF) e a Defesa Civil local relatam aumento dos casos de desnutrição, especialmente entre bebês. “Bebês menores de um ano sofrem com a falta de leite, o que causa perda significativa de peso e diminuição da imunidade”, disse Mohamed Abu Salmiya, diretor do Hospital al-Shifa.
Em resposta, Israel declarou que “não há proibição ou restrição à entrada de leite materno ou alimentos para bebês em Gaza”.
(*) Com informações do Globo
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