O Exército israelense anunciou, neste domingo (27), uma “pausa tática” diária de 10 horas em sua atividade militar, em meio ao aumento alarmante de mortes por desnutrição na Faixa de Gaza. A medida será aplicada em três áreas do território e visa permitir a distribuição contínua de ajuda humanitária, com interrupções nas ações militares das 10h às 20h (horário local), até novo aviso.
De acordo com o comunicado das Forças Armadas israelenses, rotas seguras para o tráfego de comboios da ONU e de organizações humanitárias serão estabelecidas entre 6h e 23h, permitindo a distribuição de alimentos e medicamentos essenciais à população de Gaza. A decisão foi coordenada com a ONU e outras entidades internacionais após discussões sobre a situação humanitária.
A “pausa na atividade militar para fins humanitários” será implementada nas áreas de Cidade de Gaza, ao norte do enclave, Deir al-Balah, no centro, e Al Mawasi, ao sul, onde, atualmente, não há presença ativa do exército israelense.
Ajuda humanitária
A televisão egípcia informou que os primeiros caminhões com ajuda humanitária estão a caminho da Faixa de Gaza pela fronteira de Rafah. Imagens divulgadas pela emissora Al-Kahera News mostram comboios de ajuda humanitária na área da fronteira, confirmando a entrada dos caminhões egípcios.
Essa decisão de Israel ocorre um dia após o país retomar o envio de ajuda humanitária por via aérea. Desde o início da ofensiva israelense contra Gaza, em 7 de outubro de 2023, a morte por desnutrição se tornou uma crise crescente, com 127 vítimas confirmadas, das quais 85 são crianças, de acordo com o Departamento de Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas.
Críticas
Em paralelo, o Exército israelense retomou o lançamento aéreo de suprimentos para Gaza, uma estratégia que foi criticada por agências humanitárias por sua limitação e pelos riscos envolvidos. Fontes palestinas confirmaram à agência Reuters que os lançamentos começaram no norte de Gaza, com o primeiro envio envolvendo sete paletes de alimentos.
Esse anúncio de retomada dos lançamentos aéreos acontece poucos dias após centenas de organizações alertarem sobre a fome em massa em Gaza, principalmente entre as crianças. O governo israelense afirmou que as Forças Armadas farão pausas nos combates nas áreas povoadas para permitir a entrada de ajuda.
Assistência
Mais cedo, o Reino Unido também anunciou que trabalha com a Jordânia para enviar ajuda humanitária por via aérea, e sugeriu liderar um plano para retirar crianças que necessitam de cuidados médicos urgentes. A confirmação foi dada pelo primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, durante uma conversa com os líderes da França e da Alemanha.
(*) Com informações do Metrópoles
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