Pelo menos 18 pessoas morreram e outras 80 ficaram feridas após ataques russos atingirem uma instalação penitenciária na região de Zaporizhzhia, no sudeste da Ucrânia. A informação foi confirmada por autoridades militares e pelo governador local nesta terça-feira (29).

O governador Ivan Fedorov informou, via Telegram, que os edifícios do presídio foram destruídos e residências próximas também sofreram danos.

Além disso, autoridades ucranianas relataram a morte de outras quatro pessoas na cidade de Dnipro, em decorrência de ataques recentes.

Bombardeios

A troca de ofensivas entre Rússia e Ucrânia continua intensa, sem sinais de cessar-fogo. Na segunda-feira (28), o Ministério da Defesa da Rússia anunciou a tomada dos assentamentos de Boikivka e Belhiika, no leste ucraniano.

No domingo (27), um ataque com drones à cidade de Odessa causou pânico entre banhistas em uma praia local. Um vídeo divulgado pela agência Reuters mostra o momento em que explosões e tiros começam, provocando correria entre as pessoas.

No sábado (26), bombardeios russos na região de Dnipropetrovsk resultaram em três mortes.

Apesar da violência contínua, representantes de Rússia e Ucrânia se reuniram na quarta-feira (23) na Turquia para uma nova rodada de negociações – a quarta em três meses. Entretanto, ambas as partes indicaram que ainda estão distantes de qualquer acordo para um cessar-fogo.

Acordo de paz

O Kremlin declarou, na sexta-feira (25), que o presidente Vladimir Putin só aceitará se encontrar com o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky caso as conversas estejam próximas de um acordo de paz.

Nesta segunda, durante um encontro com o primeiro-ministro britânico Keir Starmer, o presidente dos EUA, Donald Trump, voltou a criticar Putin e afirmou que pretende reduzir o prazo de 50 dias dado à Rússia para chegar a um acordo ou enfrentar sanções mais severas.

Por sua vez, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse ser improvável que uma reunião entre os líderes ocorra antes do final de agosto, como proposto por Kiev. Ele classificou as posições das duas partes como “diametralmente opostas”.

“Uma cúpula deve representar o estágio final de um acordo, selando entendimentos previamente discutidos por especialistas. Fazer o processo de forma inversa é inviável. É possível concluir isso em 30 dias? Provavelmente não. O processo requer negociações diplomáticas complexas”, declarou Peskov.

Solicitações

A Rússia insiste que a Ucrânia aceite ceder os quatro territórios atualmente ocupados, além da Crimeia, e desista da entrada na Otan — exigências consideradas inaceitáveis por Kiev.

Em contrapartida, a Ucrânia demanda a retirada total das tropas russas de seu território e garantias de segurança do Ocidente, incluindo o envio contínuo de armamentos e a presença de forças europeias, termos rejeitados por Moscou.

Mesmo assim, a Rússia reiterou neste mês estar aberta ao diálogo, após Trump estabelecer um prazo para que os russos avancem em direção a um acordo de paz.

(*) Com informações do g1

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