Pelo menos 27 pessoas foram mortas por forças israelenses no domingo (3), durante a tentativa de acesso a um centro de distribuição de alimentos em Gaza, segundo autoridades locais. Outras seis pessoas morreram de fome ou desnutrição nas últimas 24 horas.
Dados das Nações Unidas indicam que, desde 27 de maio, mais de 1.400 pessoas perderam a vida em situações similares, enquanto buscavam alimentos em centros de ajuda humanitária — a maioria operados pela Fundação Humanitária de Gaza (GHF), apoiada pelos Estados Unidos. A GHF afirma utilizar apenas spray de pimenta ou tiros de advertência para conter multidões, negando o uso de força letal.
O Ministério da Saúde de Gaza também relatou que 119 pessoas foram mortas nas últimas 24 horas por disparos e ataques israelenses, incluindo as vítimas em busca de assistência humanitária.
Apesar de Israel ter anunciado recentemente uma ampliação das medidas de ajuda, negando a existência de uma crise de fome, especialistas ouvidos pelo jornal The Guardian afirmam que o país continua impondo severas restrições à entrada de mantimentos e suprimentos essenciais.
Segundo dados atualizados no domingo, o total de mortes por fome em Gaza subiu para 175, das quais 93 eram crianças. Somente no mês de julho, o número de vítimas da fome superou a soma dos últimos 20 meses.
Desde o ataque do Hamas contra Israel em 7 de outubro de 2023 — que matou cerca de 1.200 pessoas —, mais de 60.800 pessoas foram mortas em Gaza em consequência das operações militares israelenses, segundo autoridades palestinas.
Ministro de Israel reza em local sagrado e gera reações diplomáticas
Em meio à continuidade dos ataques em Gaza, o ministro da Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben-Gvir, realizou orações neste domingo na mesquita de Al-Aqsa, um dos locais mais sagrados para muçulmanos e judeus, localizada em Jerusalém Oriental.
O ministro liderou um grupo de aproximadamente 1.250 pessoas, sob escolta do exército israelense, em uma ação que gerou reações negativas de países da região. A Jordânia, responsável pela custódia da mesquita, condenou o ato, classificando a visita como uma “provocação inaceitável”.
“O reino rejeita e condena fortemente as incursões inaceitáveis do ministro extremista Ben-Gvir”, declarou o Ministério das Relações Exteriores da Jordânia.
A Turquia também se manifestou contra o episódio, dizendo que a presença de ministros israelenses e colonos no local sagrado “não apenas ameaça a estabilidade regional, mas também fere a consciência coletiva da humanidade”. A Arábia Saudita foi outra nação que repudiou o ato.
(*) Com informações do Metrópoles
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