O vice-premiê e ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, afirmou neste domingo (10) que Israel deve encerrar a “carnificina” na Faixa de Gaza. A declaração foi dada em entrevista ao jornal italiano Il Messaggero, após o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, indicar que pretende ocupar completamente o território palestino.

“Esta carnificina não pode continuar. E a invasão de Gaza corre o risco de se transformar em um Vietnã para os soldados israelenses”, declarou Tajani.

Itália apoia missão da ONU e amplia ajuda humanitária

Tajani sugeriu a criação de uma missão da ONU liderada por países árabes para reunificar o Estado Palestino e declarou que a Itália está pronta para participar da iniciativa.

Segundo o ministro, a diplomacia “ajuda a pressionar”, motivo pelo qual o governo italiano é favorável ao aumento de sanções da União Europeia contra colonos israelenses violentos.

“Desde 7 de outubro, há dois anos, a Itália não vende armas a Israel. A situação em Gaza é catastrófica.”

O chanceler destacou ainda que a Força Aérea Italiana realizou seu primeiro lançamento aéreo de ajuda à Faixa de Gaza, em cooperação com os Emirados Árabes Unidos. Através da Operação Food for Gaza, comboios do Programa Mundial de Alimentos têm conseguido entrar no território.

Nesta semana, mais 50 palestinos chegarão à Itália para tratamento médico, incluindo cerca de 20 crianças que serão internadas em hospitais do país.

Sobre genocídio e a guerra na Ucrânia

Ao ser questionado sobre o uso do termo genocídio para descrever a situação em Gaza, Tajani respondeu:

“Não há dúvida sobre isso, mas prefiro me concentrar na substância. Slogans são de pouca utilidade.”

Ele também comentou a guerra na Ucrânia, classificando algumas demandas da Rússia como “inaceitáveis”, como a imposição da língua russa em territórios ocupados ou pedidos de desmilitarização da Ucrânia.

“Não podemos confiar em promessas. É por isso que a dissuasão é essencial. Lembremos que a Ucrânia possui atualmente um dos exércitos mais fortes do mundo.”

*Com informações da IstoÉ

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