O Exército de Israel deu início aos “primeiros estágios” da ofensiva terrestre para tomar a Cidade de Gaza, a mais populosa da Faixa de Gaza. Segundo o porta-voz militar Effie Defrin, as forças israelenses já controlam os arredores da cidade, alvo de bombardeios intensos nos últimos dias.

A tomada faz parte de um plano de captura total do território palestino, aprovado no início de agosto pelo gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. A operação envolve tanques, soldados e ataques aéreos e terrestres em larga escala.

Netanyahu ordena aceleração da ofensiva contra o Hamas

Nesta quarta-feira (20), o gabinete de Netanyahu ordenou ao Exército israelense que “reduza os prazos” para capturar os redutos do Hamas e eliminar o grupo, classificado como terrorista por Israel e aliados ocidentais. O comunicado, no entanto, não apresentou um novo cronograma.

Effie Defrin informou que a nova fase da ofensiva começou após um confronto com o Hamas, mas não divulgou detalhes. Para reforçar a ação militar, Israel convocou mais 60 mil reservistas nesta quarta-feira.

Comando militar diz que operação será “progressiva e precisa”

Um comandante israelense afirmou que a incursão em Gaza será “progressiva, precisa e seletiva”. Ele explicou que o Exército atuará em áreas ainda não exploradas militarmente e onde o Hamas mantém capacidade operacional.

“Alguns destes locais são zonas nas quais não operamos anteriormente, onde o Hamas ainda mantém capacidade militar”, afirmou o oficial.

Segundo a rádio militar israelense, a operação deve se estender até 2026.

Bombardeios se intensificam na Cidade de Gaza

Moradores relataram que bairros como Zeitun e Al Sabra foram duramente atingidos nas últimas horas. Mais de um milhão de palestinos estão abrigados na Cidade de Gaza, muitos deles deslocados por conflitos anteriores.

A ofensiva terrestre ocorre após divergências internas entre o primeiro-ministro e o comandante do Estado-Maior das Forças Armadas, Eyal Zamir. O general expressou preocupação com o risco à vida dos reféns ainda mantidos pelo Hamas, mas declarou recentemente que governo e Exército agora estão alinhados em busca da vitória total.

Comunidade internacional critica avanço militar israelense

A expansão da guerra após 22 meses de combates e mais de 61 mil mortos gerou novas críticas internacionais. Israel foi condenado por matar seis jornalistas nos últimos dias, cinco deles da emissora árabe Al Jazeera.

Especialistas e organizações humanitárias alertam para o risco de fome em Gaza. Israel restringiu severamente a entrada de ajuda humanitária e distribui alimentos de forma controlada e desigual.

Cessar-fogo segue indefinido

Enquanto a ofensiva avança, Egito e Catar aguardam uma resposta oficial de Israel a uma proposta de cessar-fogo de 60 dias, aprovada pelo Hamas. O grupo palestino aceitou libertar metade dos reféns restantes. No entanto, o gabinete de Netanyahu insiste na libertação de todos os sequestrados e não indica disposição para uma trégua.

O ataque do Hamas em outubro de 2023, que iniciou a guerra, causou 1.219 mortes, segundo a agência AFP. Já a resposta militar israelense matou mais de 61.500 palestinos, conforme dados do Ministério da Saúde de Gaza, considerados confiáveis pela ONU.

(*) Com informações do G1

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