A Venezuela iniciou neste sábado (13) o treinamento de civis em quartéis para o uso de armas curtas e longas. A ação segue a convocação do presidente Nicolás Maduro para que a população se prepare para uma eventual “luta armada” em caso de agressão externa, segundo o governo.
Expansão da Milícia Bolivariana
O governo informou que mais de 300 quartéis abriram as portas para instrutores e voluntários inscritos na Milícia Bolivariana, braço civil das Forças Armadas criado na gestão de Hugo Chávez para complementar o efetivo militar.
O general Miguel Yilales, da Zona Operativa de Defensa Integral do estado de Bolívar, declarou à emissora estatal que “os quartéis se converteram numa classe. Essa é a melhor classe do soldado, o terreno”. Segundo ele, o objetivo é “aumentar a preparação operativa de todo o povo venezuelano diante das agressões dos EUA”.
Conteúdo do treinamento
O treinamento inclui instruções técnicas sobre armamentos, posições de tiro e técnicas de pontaria, e, depois, exercícios na chamada “linha de fogo”. Nas palavras do general: “Assim vamos qualificando o povo venezuelano, que vão passando de atiradores novatos para atiradores especializados e de excelência”.
Contexto e mobilização externa
A medida ocorre após o envio, pelos Estados Unidos, de pelo menos sete navios de guerra e um submarino de propulsão nuclear, além de mais de 1.400 fuzileiros navais para proximidades da costa venezuelana. A administração do presidente Donald Trump afirma que a ação visa combater o narcotráfico; por sua vez, a Casa Branca acusa Maduro de chefiar o “Cartel de los Soles” e ofereceu US$ 50 milhões por informações que levem à sua captura.
Diante das movimentações, o dirigente chavista Diosdado Cabello reagiu: “Sabemos que isso não tem nada a ver com drogas, querem sair da Revolução Bolivariana, o que eles chamam de uma mudança de regime”. Cabello afirmou ainda que a Venezuela se prepara para uma “guerra prolongada”.
Frentes de batalha e defesa costeira
Maduro anunciou que forças das Forças Armadas e de segurança serão distribuídas em 284 frentes de batalha para proteger a costa venezuelana “de ponta a ponta” contra eventuais invasores, segundo nota oficial.
