Os últimos dias antes da abertura da COP30, em Belém (PA), têm sido marcados por reclamações sobre a estrutura e os altos preços dentro e nos arredores do evento. O encontro, que reunirá líderes de quase 200 países para debater mudanças climáticas, enfrenta dificuldades logísticas, especialmente na área de imprensa, que concentra profissionais de comunicação do mundo todo.

Além de problemas básicos de infraestrutura — como banheiros sem água —, jornalistas relataram refeições a preços elevados e obras ainda inacabadas. Em meio às críticas, o ministro do Turismo, Celso Sabino, reagiu com ironia, afirmando que a cidade oferece boa estrutura e que as queixas refletem uma “síndrome de vira-lata”.

Toda a estrutura da COP30 é temporária, composta por auditórios, salas e banheiros construídos com materiais leves, como metal, madeira e plástico. O problema ocorre a poucos dias da abertura oficial do evento, que reunirá delegações de mais de 190 países.

Refeições a preços altos geram indignação

Jornalistas que estão em Belém para a cobertura da conferência denunciaram que os lanches e refeições no local estão sendo vendidos a valores muito acima dos praticados normalmente, mesmo em grandes cidades brasileiras, conhecidas pelo alto custo de vida.

O jornalista Márcio Gomes, da CNN Brasil, relatou ter pago R$ 99 por apenas dois salgados e uma lata de refrigerante. Outros profissionais também divulgaram nas redes sociais que os preços dentro da COP variam entre R$ 25 e R$ 40 para lanches simples, o que gerou críticas nas redes sociais.

O repórter Bruno Pinheiro, da Jovem Pan, mostrou que um refrigerante oferecido gratuitamente aos jornalistas na área de imprensa era vendido a R$ 25 nas lanchonetes do evento. Segundo ele, os preços elevados e o atraso nas obras têm causado desconforto entre os participantes.

“Literalmente, uma corrida contra o tempo”, relatou o jornalista, mostrando que algumas instalações ainda não foram entregues.

Sabino cita ‘síndrome de vira-lata’ e compara com Dubai

O ministro do Turismo, Celso Sabino, reagiu às críticas com ironia. Em entrevista na sexta-feira (07), ele minimizou as queixas e disse que os valores cobrados não estão fora da realidade de grandes eventos internacionais.

“Ainda bem que o problema está sendo o preço da coxinha. Está tudo funcionando, com muita infraestrutura, hospitalidade e comida farta”, declarou Sabino, destacando que há refeições completas por R$ 40 em restaurantes próximos ao Parque da Cidade.

O ministro também comparou os preços da COP30 aos de outras conferências internacionais.

“Na COP anterior, em Baku, paguei 10 dólares em uma lata de refrigerante zero. É natural que em grandes eventos haja um caso ou outro de comida mais cara. É a lei da oferta e da procura.”

Em tom de crítica, ele sugeriu que parte das reclamações tem fundo preconceituoso:

“Aqui em Belém, sempre tem gente para criticar. Isso é uma espécie de síndrome de vira-lata, mas graças a Deus estamos superando isso. O brasileiro está passando a amar o seu país e a defendê-lo cada vez mais.”

A conferência está marcada para começar na próxima semana, com a presença de delegações de todo o mundo e expectativa de movimentar a economia e o turismo de Belém.

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