Manaus (AM) – Uma disputa interna pelo controle do tráfico de drogas motivou a execução de Alexandre Araújo Brandão, de 37 anos, conhecido como “Xuruca”, assassinado a tiros enquanto segurava o filho de um ano e oito meses no colo, em Florianópolis, capital de Santa Catarina.
De acordo com a Polícia Civil, o crime foi ordenado por André Trajano Feitosa, que está foragido e queria assumir o espaço ocupado pela vítima dentro do Comando Vermelho. Alexandre era apontado como liderança do tráfico no bairro Japiim, zona sul de Manaus, e havia fugido para Florianópolis há cerca de três anos após um desentendimento interno.
Mesmo fora do Amazonas, ele continuava comandando o tráfico tanto na capital catarinense quanto em Manaus, o que intensificou a disputa e levou à decisão de executá-lo.
Operação Orion prende suspeitos em Manaus
A Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), por meio da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), em conjunto com a Delegacia de Homicídios de Florianópolis (DHF), deflagrou nesta terça-feira (16/12), em Manaus, a Operação Orion.
A ação resultou na prisão de João Victor da Silva Guimarães, de 26 anos, Rodrigo Nascimento Vieira, de 36, e Wellington Serafim Maximiano, de 48 anos. As prisões ocorreram em bairros distintos da capital amazonense.
O crime aconteceu no dia 9 de outubro deste ano, no bairro Campeche, em Florianópolis. Alexandre foi atingido por diversos disparos de arma de fogo. O filho da vítima também foi baleado, mas sobreviveu aos ferimentos.
Execução foi planejada e monitorada
Segundo o delegado Alex Bonfim Reis, da Polícia Civil de Santa Catarina, André Trajano Feitosa viajou até Florianópolis acompanhado de Rodrigo e Wellington. No local, eles contrataram João Victor, apontado como o atirador e responsável por providenciar a arma e o veículo usados no crime.
Um dos envolvidos alugou um apartamento no mesmo prédio onde a vítima morava para monitorar seus deslocamentos. Após a execução, o executor e o responsável pelo imóvel fugiram para se encontrar com o mandante em um hotel.
No dia seguinte ao crime, André fugiu para o estado do Rio de Janeiro, enquanto os executores retornaram para Manaus, com todas as despesas custeadas pelo mandante.
Prisões e procedimentos legais
Durante as investigações, a Polícia Civil de Santa Catarina identificou que a vítima respondia em liberdade por diversos crimes. Com base nas provas reunidas, a Justiça expediu mandados de prisão temporária e de busca e apreensão, que foram cumpridos em Manaus.
Cada suspeito foi preso em um bairro diferente da capital, incluindo o conjunto Riacho Doce, Cidade Nova, Lago Azul e Raiz. Todos possuem antecedentes criminais e irão responder por homicídio qualificado, ficando à disposição da Justiça de Santa Catarina.
Mandante segue foragido
André Trajano Feitosa segue foragido. A Polícia Civil solicita que informações sobre o paradeiro dele sejam repassadas pelos números (92) 98118-9535, 197, (92) 3667-7575 ou 181, da Secretaria de Estado de Segurança Pública (SSP-AM). A identidade do informante será mantida em sigilo absoluto.
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