Os proprietários do Hospital Santa Júlia prestaram depoimento nesta quarta-feira (17) na sede do 24º Distrito Integrado de Polícia (DIP), que investiga a morte de Benício Xavier, ocorrida em novembro dentro da unidade de saúde, após a administração de adrenalina por via intravenosa.
Segundo as investigações, a médica Juliana Brasil prescreveu a dose incorreta de medicamento, e a técnica de enfermagem Raiza Bentes aplicou a adrenalina diretamente na veia da criança.
O delegado Marcelo Martins destacou que as apurações também investigam a responsabilidade do Hospital Santa Júlia em relação à estrutura, protocolos internos e eventuais falhas no sistema de prescrição. Nesta quarta-feira estão previstos os depoimentos de: Édson Sarkis, Édson Sarkis Júnior e Júlia Sarkis.
O primeiro a depor foi Édson Sarkis Júnior, que chegou à delegacia acompanhado por advogados. Ele não quis falar com a imprensa.
Uma hora depois, o fundador do hospital, Édson Sarkis, compareceu à unidade policial para prestar depoimento. Após a oitava, ele destacou as qualificações do hospital e reforçou que a instituição adota protocolos de segurança corretamente.
“O hospital tem protocolo de segurança, com dupla checagem. No pronto-socorro, havia uma enfermeira responsável pelo protocolo de segurança, que não foi acionada. Além dela, havia mais duas enfermeiras e uma farmacêutica na central, todas capacitadas para seguir o protocolo. Todas essas informações precisam ser esclarecidas e serão detalhadas”, afirmou.
Responsabilidade
O Hospital Santa Júlia cadastrou a médica Juliana Brasil na plataforma do Ministério da Saúde como pediatra, mesmo ela não possuindo especialização na área, informou o delegado Marcelo Martins na última segunda-feira (15). O delegado explicou que a informação foi verificada por meio do Cadastro Nacional de Especialistas (CNE).
“Alguém do hospital declarou ao Ministério da Saúde que a médica Juliana era pediatra. Essa pessoa pode responder por falsidade ideológica. Essa é outra circunstância que será apurada quanto à responsabilização criminal”, disse o delegado.
O Hospital Santa Júlia ainda não se pronunciou sobre a atuação da médica Juliana Brasil no setor pediátrico sem possuir a especialidade correspondente.
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