O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, nesta quinta-feira (18), que as investigações sobre o esquema de descontos ilegais aplicados a aposentados e pensionistas do INSS devem alcançar todos os envolvidos, inclusive aqueles que atuaram de forma indireta, como familiares.

A declaração foi feita durante conversa com jornalistas no Palácio do Planalto. “Quem tiver envolvido vai pagar o preço”, disse o presidente.

Investigações

Conforme Lula, a apuração precisa avançar sem exceções. “É importante que haja seriedade para que a gente possa investigar todas as pessoas que estão envolvidas, todas as pessoas. Ninguém ficará livre. Se tiver filho meu metido nisso, ele será investigado”, afirmou.

O nome de Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, foi citado no depoimento de uma testemunha ligada ao empresário Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como Careca do INSS.

De acordo com as investigações, ele representava associações e intermediava autorizações para descontos, recebendo percentuais por meio de empresas registradas em seu nome.

Outro familiar citado é José Ferreira da Silva, o Frei Chico, irmão do presidente e vice-presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindinapi), uma das entidades investigadas.

Na manhã desta quinta-feira, a Polícia Federal deflagrou nova etapa da Operação Sem Desconto e prendeu Romeu Carvalho Antunes, filho do Careca do INSS.

A investigação aponta um esquema nacional de descontos associativos não autorizados entre 2019 e 2024.

CMPI da fraude do INSS

Lula afirmou que o governo evitou ações midiáticas e priorizou uma apuração detalhada. Segundo ele, a Controladoria-Geral da União levou quase dois anos investigando o caso.

O esquema também é alvo de uma CPMI no Congresso. “Eu não sou da CPI, nem delegado da Polícia Federal ou ministro do Supremo. O que depender da Presidência será feito para dar uma lição a esse país”, declarou.

O presidente criticou a exploração de aposentados que recebem salário mínimo e destacou a gravidade das fraudes. As declarações ocorreram durante café da manhã com jornalistas, acompanhado de ministros.

Diante do caso, o governo firmou acordo para ressarcir os prejudicados. Além disso, até a semana passada, o INSS pagou R$ 2,74 bilhões a cerca de 4 milhões de beneficiários.

Por fim, o total previsto é de R$ 3,3 bilhões, financiado por créditos extraordinários fora do arcabouço fiscal. A AGU já ajuizou ações para recuperar os valores desviados.

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