O ex-presidente Jair Bolsonaro continua internado em Brasília (DF) após a cirurgia para tratar uma hérnia inguinal bilateral. De acordo com boletim médico divulgado na tarde desta sexta-feira (26), ele iniciou reabilitação com fisioterapia, otimização de analgesia e medidas farmacológicas para prevenção de trombose.
“Foram realizados ajustes das medicações para soluço e para doença do refluxo gastro-esofágico. No dia de hoje, não há previsão de novos exames complementares ou procedimentos”, diz o boletim assinado pela equipe médica.
Procedimento ocorreu conforme o previsto
Na manhã desta quinta-feira (25), Bolsonaro foi submetido ao procedimento em um hospital particular da capital federal, com autorização do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A cirurgia durou mais de três horas e, segundo os médicos responsáveis, transcorreu conforme o previsto.
Em entrevista à imprensa nesta quinta-feira (25), o cirurgião Cláudio Birolini explicou que a hérnia identificada do lado esquerdo do abdômen ainda estava em fase inicial, sendo menor que a existente do lado direito. Mesmo assim, a equipe médica avaliou que seria mais oportuno realizar a cirurgia agora para evitar um novo procedimento no futuro.
Uso de tela e previsão de recuperação
Durante a cirurgia, realizada sob anestesia geral, os médicos implantaram uma tela de polipropileno na parte interna da parede abdominal. O material reforça a região operada e reduz o risco de surgimento de novas hérnias. A previsão inicial é que Bolsonaro leve entre cinco e sete dias para se recuperar.
Esta é a oitava cirurgia a que Bolsonaro se submete desde a facada sofrida durante a campanha eleitoral de 2018, em Juiz de Fora (MG).
Soluços recorrentes seguem em avaliação
Além da recuperação cirúrgica, os médicos vão reavaliar a necessidade de um procedimento específico para tentar conter os soluços recorrentes que acometem o ex-presidente há meses. O quadro preocupa a equipe médica porque afeta a respiração e o sono de Bolsonaro, provoca cansaço adicional e pode comprometer a recuperação.
Vigilância durante a internação
Condenado pela trama golpista que culminou nos ataques às sedes dos Três Poderes, em Brasília, em 8 de janeiro de 2023, Bolsonaro cumpre pena de 27 anos e três meses de prisão. Por determinação do ministro Alexandre de Moraes, ele está detido na Superintendência da Polícia Federal (PF), em Brasília, desde 25 de novembro.
Por decisão judicial, enquanto permanecer internado, o ex-presidente será vigiado 24 horas por dia. A medida prevê a presença de dois agentes na porta do quarto, além de equipes de segurança dentro e fora do hospital.
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