×
Declaração

São-paulino acusado de racismo diz que imitou Hulk

Acusado afirma que fez movimento para provocar um torcedor do Fluminense forte, ou, nas palavras dele, um "bombadão"

Divulgação

Um dos torcedores do São Paulo acusado de racismo prestou depoimento à polícia nesta segunda-feira (18). Ricardo Pereira Fernandes, de 44 anos, negou ter imitado um macaco e alegou que seu gesto, naquele momento, fazia alusão ao personagem Hulk, super-herói da Marvel. Ele disse que fez aquele movimento, registrado em vídeo que circula nas redes sociais, para provocar um torcedor do Fluminense forte, ou, nas palavras dele, um “bombadão”.

“O gesto que faço ali é do Hulk, não de macaco. Estava me referindo a um cara ‘bombadão’ da torcida deles, não ao cara que gravou o vídeo. Eles chegaram lá, começou a provocação e fiz isso numa boa”

, afirmou o torcedor são-paulino.

A reportagem também falou com Gabriel Brandão, de 26 anos, o torcedor que acusa Ricardo de ter emulado um macaco. O torcedor, que é motorista de aplicativo, reiterou sua acusação. Ele gravou e publicou o vídeo para mostrar o são-paulino fazendo os acenos que considera racista em direção ao setor de visitante do Morumbi, onde estavam os apoiadores do Fluminense.

“Realmente havia um cara forte do meu lado. Mas ele aponta pra mim e faz o gesto. O gesto de força é quando você levanta o braço. O gesto que ele fez é de macaco. Não fui só eu que vi. Eu me senti ofendido. Ele fez várias vezes e eu filmei”

, enfatizou Gabriel, que não registrou um boletim de ocorrência, mas pretende processar Ricardo.

“Agora vai ser na Justiça. Só a Justiça vai dizer se ele estava fazendo gesto de força ou de macaco”.

Em maio passado, o Senado aprovou projeto de lei que amplia as penas por crime de injúria racial em eventos esportivos. Atualmente, o Código Penal prevê de um a três anos de detenção. O texto do PL 4.566/2021 pede aumento da pena para dois a cinco anos. O projeto aguarda para ser apreciado de novo na Câmara.

Ricardo contou estar “aliviado” depois de ter prestado depoimento no 34º Distrito Policial da Vila Sônia, na zona Sul de São Paulo e relatou que teve de excluir seu perfil em uma rede social em virtude das ameaças que vinha recebendo. “Um grupo de torcedores disse que ia me caçar e que eu ia sofrer as consequências”.

Gabriel, por outro lado, repetiu que Ricardo fez o gesto que considera racista “várias vezes” e relatou que o episódio no qual acusa o são-paulino de racismo afetou consideravelmente a sua vida.

“A gente vê na televisão, mas nunca tinha visto de frente”, revelou. “Me assustei um pouco, me fez pensar em algumas coisas, mas graças a Deus tenho meu caráter, minha índole, minha família, meus amigos. Agradeço a torcida do São Paulo, do Fluminense e de todos que me mandaram mensagens”.

, afirma.

Um torcedor do Fluminense, da torcida Young Flu de São Paulo, se pronunciou no Instagram sobre o episódio envolvendo Ricardo. Ele afirmou ter visto de perto a cena e corroborou o que disse o são-paulino a respeito do episódio.

“Em nenhum momento, ele fez qualquer ato de racismo. Quando a gente estava discutindo, passou um cara atrás de mim, mais branco que eu. Esse rapaz de camisa preta apontou para mim e para o outro e fez um gesto, forçando a barriga e colocou a mão por baixo (da camisa) em alusão ao sobrepreso dele. Falo com convicção porque ele fez isso mais de uma vez. Pediram pra ele fazer de novo e ele, na inocência, fez de novo o gesto”

, relatou.

*Com informações do Metrópoles

Leia mais:

Rogério Ceni pede mais quatro reforços para o São Paulo

No Pan do Rio, Brasil fica com a prata na final masculina por equipes

Jogador leva “peixada” na cara durante partida na Argentina

Entre na nossa comunidade no Whatsapp!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *