Alguém diria que as eleições brasileiras caminham como o Diabo gosta. O recurso ao velho adágio popular procede tendo em vista o clima intempestivo das duas maiores campanhas que miram o Palácio do Planalto. Especialistas lamentam que os principais atores da disputa eleitoral, Jair Bolsonaro e Lula, se comportem, na verdade, como se fossem candidatos a pastor, bispo, papa ou coisa parecida.
De acordo com a Constituição, o Estado é laico e, portanto, deve-se seguir os ditames da Carta que enfatizam a convivência democrática entre os mais diversos grupos religiosos, cada um exercendo o sublime direito de professar e defender a sua fé, sem denegrir o tipo de fé seguida pelos outros.
Ao Governo Federal e ao Congresso Nacional, sobretudo neste momento de campanha eleitoral, cabe arbitrar as relações religiosas e não acirrá-las, arrastando-as para o gueto das escaramuças de botequins, como a sociedade assiste nos dias que correm. É dever do Estado combater a intolerância e não fazer dela ferramenta de manipulação política.
É imprescindível a afirmação do princípio maior do respeito à fé, seja ela de que matiz for, assim como também saber conviver com os segmentos que cultivam o ateísmo. Esse é o cerne da sociedade verdadeiramente democrática. Direcionar a campanha à absurda e risível pinimba da “luta do bem contra o mal” é pior que chafurdar na lama da incultura e da ignorância. É tripudiar sobre a dignidade de mais de 156 milhões de eleitores que irão às urnas neste ano.
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