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Economia amazonense

Especialistas pontuam os principais desafios econômicos do próximo governador do Amazonas

A equipe de jornalismo do Em Tempo procurou especialistas para analisar o atual cenário econômico do Estado

Foto: reprodução/Internet

Manaus (AM) – Altas taxas de desemprego e desigualdade social são apenas alguns dos problemas enfrentados pela população no âmbito da economia no Brasil. No Amazonas não é diferente e, após o período pandêmico, o governador do Estado que assumirá o cargo a partir do dia 1º de janeiro de 2023, pode ter o dobro de responsabilidade em resolver os problemas que assolam os amazonenses.

A equipe de jornalismo do EM TEMPO procurou especialistas para que eles apontassem quais são os principais problemas, do ponto de vista econômico, que o vencedor das eleições governamentais deste ano deve enfrentar pelos próximos quatro anos.

O Amazonas registrou, em 2021, a maior proporção de extrema pobreza dos últimos 10 anos. O Estado passou a ocupar o segundo lugar no Mapa da Nova Pobreza por ter mais da metade da população (51%) considerada pobre. Os números foram divulgados pelo Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas (FGV Social). 

O Estado se manteve entre os Estados com as maiores taxas de trabalhadores na informalidade por conta própria, no qual o desemprego ficou acima da média nacional no 2º trimestre de 2022. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

De acordo com a economista Denise Kassama, os principais desafios para quem for eleito como Governador do Amazonas envolvem o combate à fome, a extrema pobreza, taxas de desemprego e em prol da segurança alimentar, que aumentou exponencialmente no período da pandemia.

“Também se faz necessário implementar políticas de estímulo a geração de emprego e renda para reduzir o quadro de pobreza e extrema pobreza onde estão a maioria da população. Reduções tributárias, estímulos à economia solidária, micro e pequenas empresas para dar sustentabilidade dos segmentos que geram emprego e renda. Com aumento da renda, há aumento do consumo e com o aumento do consumo, há o estímulo à produção”

, destacou.

A economia influencia diretamente e indiretamente em outras áreas da sociedade, seja a política, que está a ela intimamente ligadoe e consequentemente interfere diretamente na qualidade de vida da população. Diante disso, a economista acredita que o cenário econômico do Estado pode ser uma das maiores problemáticas enfrentadas pelo governante.

“Melhorar a situação econômica, significa melhorar a situação da população, melhoria dos serviços público e bem-estar. Para superarmos a crise econômica proporcionada pela pandemia da Covid-19, precisamos de políticas públicas de estimulo à produção e consumo local nos âmbitos municipal, estadual e federal. Consumindo algo produzido localmente, é possível estimular o aumento da produção e consequentemente, a geração de emprego e renda”

, pontuou.

Para a economista, investir no empreendedorismo e em novas possibilidades de geração de renda podem ser vistas como alternativas para reverter esse cenário.

“Tudo pode contribuir para reverter esse cenário. Estimular o empreendedorismo é ajudar os pequenos. Linhas de financiamento a juros menores são fundamentais. No geral, tenho observado propostas boas vindas dos candidatos ao Governo do Amazonas. Esperamos que o eleito tenha força política para implementá-las”

, expressou.

O economista, advogado e deputado estadual, Serafim Corrêa (PSB-AM) analisou o cenário atual e pontuou que os principais desafios que serão enfrentados pelo próximo governante envolvem problemas administrativo, déficit previdenciário e outros problemas que dizem respeito a administração do Estado.

“É preciso equacionar os problemas administrativos do estado organizando a estrutura, resolver a relação trabalhista com as diversas categorias, em especial na saúde e equacionar a questão do déficit previdenciário. Ao meu ver é inevitável a reforma previdenciária. O déficit deste ano, suprido por recursos que saem de investimentos, chega a R$ 2 bilhões”

, analisou.

Para o sociólogo, analista político, advogado, membro da Academia de Letras e Culturas da Amazônia (Alcama) e do comitê de entidades da Sociedade Civil ligado ao Movimento de Combate à Corrupção, Carlos Santiago, é importante ressaltar que, quando se fala do Amazonas, também se fala da situação dos interiores.

De acordo com Santiago, apesar do Estado contar com o Polo Industrial de Manaus (PIM), sofre com o desemprego, a precarização das atividades remuneradas e com a falta de infraestrutura.

“Termina a eleição e depois começa uma nova eleição, mas os problemas do Amazonas são os mesmos. Falta desenvolvimento econômico e social no interior do estado, que continua dependente do único modelo de desenvolvimento econômico que é a Zona Franca de Manaus. O estado carece muito de infraestrutura, de portos, de melhores aeroportos e de estradas. Parte disso tudo é desafio para o governador do Estado e de sua equipe que precisa, com urgência, propor e efetivar alternativas econômicas para os municípios”

, revelou.

Além disso, o cientista político defende o fortalecimento do modelo econômico da Zona Franca de Manaus ao lado da implementação de novas matrizes econômicas para o Amazonas, que é proposta por meio da exploração sustentável das riquezas presentes no Amazonas.

“A maioria dos municípios do Amazonas se quer tem recursos para a folha de pagamento dos seus funcionários. Precisa de repasses federais e repasses do estado para fechar as suas contas no final do mês porque não um produto de riqueza do município, em que a maioria da população vive somente o recebimento do auxílio Brasil”

, evidenciou.

Carlos Santiago expõe ainda a necessidade da defesa intransigente do próximo governador do Amazonas em prol da ZFM e, novamente, ‘bate na tecla’ sobre a geração de novas matrizes econômicas como uma alternativa para driblar os desafios econômicos que serão enfrentados pela nova gestão.

“Há mais de quarenta ano os candidatos ao governo falam em buscar uma alternativa à Zona Franca e melhorar a infraestrutura do estado para investir no desenvolvimento do interior. O futuro Governador precisa e muito ter uma boa articulação em Brasília para a defesa da Zona Franca de Manaus. Não só para a defesa da Zona Franca, mas também para firmar parcerias com o governo federal para resolver os problemas dos portos e dos aeroportos em várias cidades do estado”

, pontuou.

Dentre as pautas levantadas pelos candidatos, Santiago destaca que promover a ampliação da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) é de suma importância para o Amazonas.

“O futuro Governador precisa cuidar das estradas e investir em recursos tecnologias na produção de alimentos. Além disso, é preciso ampliar a Universidade do Estado do Amazonas, mas para tudo isso precisa de muita ousadia e muita determinação, além de sensibilidade política em não pensar na próxima eleição, mas sim no futuro do Estado”

, disse.

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