Estudos já demonstraram que a semente do guaraná e a polpa do açaí, originários da Amazônia, têm efeito anti-inflamatório, antioxidante e de proteção a danos ao DNA. Sendo o consumo de ambos inclusive recomendado por alguns profissionais da saúde.
Entretanto, nunca se havia estudado se os resíduos da semente torrada e moída do guaraná, utilizado na indústria de refrigerantes e energéticos, além dos caroços de açaí, que tem inclusive conotação de poluente ambiental, poderiam ter potencial de aumentar a indução de colágeno, e assim favorecer processos de cicatrização e/ou estéticos.
Mas o que é colágeno? Bem, o colágeno, é uma proteína produzida pelas células da pele, chamadas fibroblastos.
O colágeno é a principal proteína responsável por manter a estrutura, a firmeza e a elasticidade da nossa pele.
Sendo assim, é fundamental para que a cicatrização de feridas aconteça, mas também sendo muito envolvida com a estética, afinal atualmente o desejo da maioria das pessoas é viver o maior tempo possível com uma pele firme.
Principalmente por questões estéticas cada vez mais ouvimos falar de pessoas que tomam colágeno ou que fazem aplicação de bioestimuladores e cremes.
Assim, pesquisadores da FUnATI e da UFSM, desenvolveram um extrato a partir dos resíduos do pó de guaraná e dos caroços de açaí e testaram em fibroblastos, que são as principais células da pele.
A pesquisa também testou a ação cicatrizante do extrato produzido em minhocas (Eisenia fetida) submetidas à amputação da cauda por incisão cirúrgica.
É importante comentar aqui, que a minhoca é um modelo experimental que vem sendo cada vez mais utilizado nos laboratórios pelo mundo, por ser de fácil reprodução, possui grande capacidade regenerativa ao mesmo tempo em que possui semelhanças com o organismo humano.
Em fibroblastos humanos o extrato mostrou efeito antioxidante e de proteção ao DNA, além de aumentar a síntese de colágeno.
Nas minhocas, análises macroscópicas, ou seja, a olho nu, bem como em microscópio, lâminas histológicas das incisões cirúrgicas de caudas de minhocas mostraram aceleração do processo de cicatrização de feridas em relação aos animais não tratados.
Assim, os dados obtidos mostram que com resíduos da indústria de guaraná e açaí, possivelmente pode-se desenvolver outros produtos, beneficiando os produtores que vendem a matéria-prima, a indústria e o consumidor que pagará menos pelos produtos.
O próximo passo será o estudo clínico com seres humanos. Se os benefícios forem comprovados, o produto poderá futuramente estar disponível a toda população, cumprindo assim o principal papel da ciência que é melhorar a vida das pessoas.
Euler Ribeiro MD. PhD em Geriatria e Gerontologia
*Com informações da assessoria
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