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Editorial

Tentativa de Golpe

A tentativa golpista do governo Bolsonaro, orquestrada pelo presidente do Partido Liberal (PL) Valdemar Costa Neto, nos últimos dias, foi uma das cenas mais grotescas da Política Nacional dos últimos tempos

Foto: Divulgação

A tentativa golpista do governo Bolsonaro, orquestrada pelo presidente do Partido Liberal (PL) Valdemar Costa Neto, nos últimos dias, foi uma das cenas mais grotescas da Política Nacional dos últimos tempos e que, graças a ação do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) , Alexandre de Moraes, não deve avançar além das “quatro linhas da constituição”.

A ameaça de golpe, para alimentar o eleitorado bolsonarista, começou com uma conclusão feita com base em uma auditoria contratada pela própria legenda, que questionava o resultado de mais de 270 mil urnas do segundo turno. Pelas contas dos novos protagonistas da série, o atual presidente teria sido reeleito com 51% dos votos. As tais urnas questionadas não teriam registrados logs completos, embora outros detalhes muito mais importantes, para validar as urnas, estivessem completos em relatórios.

O questionamento simplório, segundo especialistas, seria como se os relatórios exigissem RG, CPF então apresentados e faltasse apenas o título de eleitor. A carta do golpe estava na mesa e foi alardeada pelo próprio Valdemar Costa Neto, em entrevista coletiva, na qual pedia que a eleição fosse melada.

O detalhe, que não passou batido por Alexandre de Moraes na ação do PL, é que as mesmas urnas foram utilizadas no primeiro turno. Moraes não tardou para se manifestar em nota, pedindo que esse “detalhe” esquecido por Valdemar fosse incluído no pedido de anulação, o que afetaria também a eleição de seus aliados.

Um dia depois, Alexandre de Moraes rejeitou a ação do PL que foi evasivo em relação ao primeiro turno do pleito. Moraes ainda multou o partido em mais de R$ 22 milhões por conduta de litigância e má fé, além de determinar o bloqueio e repasse do Fundo Partidário à sigla, até que a multa fosse quitada.

Soaria mesmo estranho que Bolsonaro, incendiário desde seus tempos de militar, aceitasse a derrota e se recolhesse. Nessa quinta-feira já convocou ministros e lideranças das Forças Armadas para discutirem os próximos passos. O novo ataque ao sistema democrático brasileiro seria cômico se não fosse trágico. Esperemos as cenas dos próximos capítulos.

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