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Zona Franca de Manaus

Especialistas analisam futuro da Zona Franca de Manaus

A Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (FIEAM) e a Suframa mostram ao EM TEMPO seus dados econômicos e análises, e conversam sobre a reforma tributária

Empresas da Zona Franca de Manaus - Foto: Secretaria Geral

Manaus (AM) – Economistas locais e órgãos associados veem a Zona Franca de Manaus em um cenário positivo e estável, e reiteram seu poder econômico no âmbito nacional, mesmo frente às discussões do Poder Executivo sobre a reforma tributária, as especulações do novo nome para superintendente da Suframa, e a crise das big techs ao redor do mundo.

Em publicação no portal oficial da Superintendência da Zona Franca de Manaus, foi afirmado que o Polo Industrial de Manaus (PIM) registrou faturamento de 161,5 bilhões de reais e 31.56 bilhões de dólares, no período de janeiro a novembro de 2022, indicando crescimento de 13,55% em dólar, e 7,97% em real, com relação ao mês anterior.

O professor da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), e Coordenador do Observatório Macroeconômico do Amazonas, Felippe Rocha, comenta sobre este faturamento.

“A ZFM acumulou um faturamento de R$ 161 bilhões, aproximadamente. Em 2023, os dados da economia brasileira, que já apresentavam sinais de desaceleração desde o segundo semestre de 2022, apontam que a demanda dos consumidores será mais tímida, mesmo com a melhora da empregabilidade, pois muitos estão excessivamente endividados,”

aponta.

Em publicação oficial, a superintendente interina Ana Maria Souza, afirma que o faturamento de R$ 161,5 bilhões representa um novo recorde do PIM, e que, além disso, a evolução dos índices de empregabilidade ao longo do segundo semestre do ano também merece ser ressaltada. Antônio Silva, presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (FIEAM), mostra um cenário positivo para a inclusão de novas empresas na ZFM.

“É natural que tenhamos novas empresas, faz parte da dinâmica de mercado. Anualmente são apresentados, em média, entre 150 e 200 projetos, com um prazo para implantação de 3 anos. Em avaliação dos indicadores, cerca de 20% desses projetos são efetivamente implantados no primeiro ano. Em números brutos, são aproximadamente 30 novos empreendimentos”,

comenta.

Michele Aracaty, economista e professora de Economia da UFAM, fala sobre as discussões da reforma tributária, que ameaça a integridade dos negócios do PIM.

“Penso que os nossos representantes devem ser lúcidos em buscar um acordo que garanta a competitividade do modelo, com foco nas vantagens comparativas e competitivas, uma vez que o peso econômico é relevante não somente para o Amazonas, mas também para o país. Chamo a atenção para uma proposta de reforma tributária que seja capaz de fomentar novos investimentos, seja preservacionista, moderna, inteligente e que contribua para reduzir as vulnerabilidades socioeconômicas regionais”

, frisa Michele Aracaty.

Em nota, a assessoria da Suframa reiterou ao EM TEMPO o objetivo de atuar na operacionalização e gestão da política federal de desenvolvimento da Amazônia Ocidental, que tem no Polo industrial de Manaus (PIM) o seu centro dinâmico e virtuoso, e cujo prazo de vigência dos incentivos do modelo está garantido até 2073. O presidente da FIEAM também comentou sobre está segurança dos incentivos locais.

“Temos a garantia constitucional de um tratamento próprio para o modelo que garanta a competitividade da indústria local, que, entendemos, deverá ser respeitado na reforma tributária. Apesar das propostas em discussão não contemplarem o modelo em sua integralidade, estamos trabalhando com a bancada federal e governos estadual e federal para que o PIM mantenha suas vantagens comparativas dentro da nova sistemática proposta”,

Antônio Silva, presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (FIEAM).

Felippe Rocha comentou sobre a secretaria especial do Ministério da Fazenda, que deixou claro estar aberta ao diálogo para manter a segurança econômica do estado, e traz uma proposta de solução para a reforma.

“Acho que é momento adequado para que, percebendo um IVA (Imposto sobre Valor Agregado) muito atraente, e que permite um choque de rebaixamento de preços no país, economistas da região, junto aos deputados, levem uma proposta alternativa, com um IVA que vale para todo o Brasil, e um IVA especial, menor, que vale apenas para o Amazonas, mantendo o diferencial tributário. Assim, todos saem ganhando, o Amazonas e toda a sociedade”.

Felippe Rocha

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