Muitos falam sobre educação e esporte, assuntos fundamentais para o desenvolvimento do país. No entanto, não percebemos aqui no Brasil, melhoras significativas nestas duas colunas tão importantes para a sociedade. Apesar de sabermos que todo processo de transformação é lento, acreditamos que deve ser contínuo.
Essa mudança está muito aquém de outras sociedades, acredito que os principais interlocutores – “Os profissionais de Educação Física”, que estão nos pátios e nas quadras das escolas pelos rincões do Brasil, precisam ser ouvidos com bastante atenção. Eles podem dar grande contribuição neste processo.
A maioria destes professores, comungam que há um hiato enorme das políticas públicas de estado concreta voltada ao esporte, nas três esferas de governo, que garanta direitos contidos na Constituição Federal (CF) de 1988. Não me refiro as discussões teóricas (são fundamentais), e que há muito tempo vem sendo discutidas e propostas por várias instituições(Ministério da Educação, Sociedade Civil, Congresso Nacional, Ministério do Esporte, Ministério da Cidadania e outros). Me refiro aos resultados destas discussões! Quando chegarão na prática, na ponta dos mais interessados? Os profissionais de educação física, alunos e sociedade.
A Constituição impõe ao Estado o dever de: “Fomentar práticas desportivas formais e não formais, ao definir como direito do cidadão o acesso ao esporte e lazer, por meio da responsabilidade da União, dos Estados e Municípios na promoção de políticas públicas de fomento ao esporte, com o fim de garantir a execução desse direito constitucional”.
Mas não basta constar na CF, estas leis precisam se efetivar, materializar para beneficiar os estudantes e toda a sociedade! Sabemos que as demandas sociais e educacionais são altíssimas, mas precisamos com urgência, organização, controle e principalmente vontade de toda sociedade, abraçar esta causa juntos, com seriedade e não retroceder. Chega de procrastinar!
No organograma dos governos, educação e esportes aparecem sempre como prioridade, será? No papel é muito bonito, mais ainda no acrílico encontrado nas paredes dos gabinetes, parecem perfeitos! Porém, a realidade não é essa (perguntem aos professores). A divulgação de eventos é espetaculosa! Em sua maioria, encerram em si mesmo, não provocam o tão esperado “legado” para a sociedade!
Nunca tivemos tantos eventos esportivos no Brasil. Faço um breve release destes eventos, e cada um faça as reflexões que julgarem necessária! O Rio de Janeiro, foi palco da maioria. — “O primeiro grande evento” realizado, foram – Os jogos Pan-Americano e Para-Pan, Rio 2007 (suas instalações não serviram para os Jogos Olímpicos); Sediou os Jogos Mundiais Militares de 2011; A final da Copa do Mundo de 2014, os Jogos Olímpicos e Paralímpicos 2016, ou seja, não faltaram investimentos na “Cidade Maravilhosa” para desenvolvê-la (com a palavra os cariocas!). Nesta semana, o governo brasileiro se candidatou para sediar a Copa do Mundo de Futebol Feminino — 2027, em nome do desenvolvimento do futebol feminino, que cresce no Brasil.
As promessas foram gigantescas, utilizaram e utilizam as maiores e melhores redes de divulgação disponíveis, em canais abertos, fechados, mídias sociais e fontes oficiais de governo, com somas vultosas para publicidade. Ora amigos, não sou pessimista! Claro que alguma coisa ficou, mas a que preço?
Se alguém quiser contrapor, sugiro antes olhar as sociedades mais desenvolvidas: Estadunidenses, australianos, neozelandeses, japoneses, canadenses, sul-coreanos, ingleses, italianos e outras. São ótimas referências e estão a léguas de distância a nossa frente. São bons exemplos, por que não aprendemos com eles? Afinal algumas destas sociedades já existiam antes do Brasil ser descoberto, possuem expertise.
Deixo claro que não falamos de esportes de alto rendimento, ele é o ápice dentro do que desejaríamos. Me refiro ao esporte “na escola”, nos bairros, nas comunidades. Onde as crianças dão os primeiros passos no processo de formação? Na escola! Ele além de inclusivo, os professores podem descobrir talentos e apoiar estes futuros atletas, caso desejem.
O que precisamos? O primeiro passo é: representatividade e continuidade, dentre outras demandas! Precisamos de estrutura: pátios, quadras e/ou ginásios; precisamos de capacitação permanente para ensinar esportes bem a todos e de implementos básicos! Estes investimentos vão além, dados da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), cada R$1 investido no setor, outros R$3 são economizados na saúde pública.
A cada gestão, a cada novo governo o ministério do esporte é extinto e recriado, perde status de ministério e vira uma secretaria, desencadeando alterações também nos estados e municípios. Que os jogos escolares por aqui, nas suas diversas esferas: JEPAM (escolas privadas), Municipíada (escolas Município) e JEAS (Estado), sejam a cereja do bolo e coroem o belo trabalho dos professores de educação física, para a felicidade de seus alunos.
Finalizo e contextualizo, com singela homenagem ao Radialista Arnaldo Santos, em seu saudoso programa de televisão. O “AS nos Esportes”, que embalou minha geração com slogan significativo: “Seja bom filho, bom aluno e bom de bola – por que craque na bola, craque na escola!”
Educação e esporte são indissociáveis – São indivisíveis!
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