A antecipação da proibição de bônus de boas-vindas no mercado brasileiro de apostas esportivas, inicialmente prevista para janeiro de 2025 e agora vigente desde 19 de novembro de 2024, representa uma mudança significativa no setor.
A medida, determinada pela Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), visa proteger grupos vulneráveis, combater o superendividamento e regular práticas consideradas prejudiciais ao consumidor. Porém, a decisão trouxe preocupações sobre seus impactos no mercado e sobre a capacidade das empresas em se adaptar ao novo cenário.
Os bônus de boas-vindas eram utilizados como uma ferramenta central de captação de novos usuários. Essas promoções ofereciam valores adicionais ao primeiro depósito, frequentemente dobrando ou até triplicando o investimento inicial do apostador.
Sua remoção gera uma lacuna estratégica no setor e coloca as empresas diante de um desafio: como manter a competitividade em um mercado que se tornou extremamente dinâmico?
“Sem os bônus, o atrativo imediato dos sites de apostas diminui drasticamente, exigindo que as empresas busquem alternativas para atrair e fidelizar seus clientes. É um momento de redefinição para o mercado. Por isso, o trabalho que fazemos no BDA Brasil de listar as casas de apostas legais se faz necessário, para manter os usuários informados e seguros.”, afirma Eduardo Sena, Especialista em iGaming na Leadstar Media.
Os impactos imediatos para o mercado e os consumidores
A proibição de bônus afeta tanto as empresas quanto os consumidores. Para os operadores, a medida retira uma ferramenta poderosa de marketing e fidelização. Agora, sem essa estratégia, espera-se uma desaceleração no ritmo de crescimento, especialmente para empresas que ainda buscam se estabelecer no mercado brasileiro.
Do lado do consumidor, a mudança também gera impactos. Muitos jogadores consideravam os bônus uma oportunidade de explorar as plataformas com menos riscos financeiros.
Sem esses incentivos, novos apostadores terão que desembolsar mais para começar a apostar, o que pode reduzir o número de novos cadastros. Além disso, há o risco de que apostadores migrem para plataformas não regulamentadas, que continuam a oferecer bônus atraentes, mas fora do controle das autoridades brasileiras.
Uma lição do mercado internacional
Experiências em mercados estrangeiros podem oferecer um panorama sobre o que pode ocorrer no Brasil. No Reino Unido, onde regulamentações rigorosas eliminaram grande parte das promoções, as empresas buscaram formas alternativas de atrair clientes, como programas de fidelidade, personalização do atendimento e melhorias na experiência do usuário. Apesar disso, os primeiros anos após a implementação das restrições foram marcados por uma queda significativa no volume de apostas.
Outro ponto de atenção é a necessidade de combater as plataformas ilegais, que podem se aproveitar da ausência de bônus nas empresas regulamentadas para atrair consumidores. A falta de fiscalização nesse aspecto enfraquece os esforços regulatórios e pode prejudicar a arrecadação de impostos, além de expor os jogadores a práticas menos seguras.
“Em mercados como o Reino Unido, a regulamentação trouxe estabilidade a longo prazo, mas inicialmente causou uma retração no setor. No Brasil, a situação pode ser mais desafiadora devido à presença expressiva de operadores não regulamentados”, destaca Eduardo Sena, Especialista em iGaming na Leadstar Media.
O futuro do mercado de apostas no Brasil
Com as restrições já em vigor, as casas de apostas precisam buscar soluções criativas para se destacar. Algumas alternativas incluem o aumento da transparência, a melhoria das odds (cotações) e o investimento em campanhas de jogo responsável. Além disso, os operadores podem fortalecer programas de recompensas para usuários frequentes, oferecendo benefícios que estejam em desacordo com a legislação.
Por parte do governo, é essencial intensificar a fiscalização contra operadores ilegais e promover iniciativas educativas para conscientizar os consumidores sobre os riscos de apostar em plataformas não regulamentadas. Também é necessário garantir que as novas regras, como a proibição de publicidade voltada a crianças e adolescentes, sejam aplicadas de forma consistente, evitando a exploração de brechas legais.
Um mercado em transição
A antecipação da proibição dos bônus de boas-vindas marca o início de uma nova fase para o mercado de apostas esportivas no Brasil. O sucesso dessa transição dependerá da capacidade das empresas de se adaptarem rapidamente às mudanças e do governo em assegurar um ambiente regulado, competitivo e seguro para os apostadores.
O Brasil, agora, segue o caminho de outros mercados internacionais, mas com desafios únicos que exigem soluções locais e uma regulação eficiente para equilibrar os interesses econômicos e sociais do setor.
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