A semana dos namorados é tradicionalmente um período em que muitas demonstrações de amor vem à tona entre casais. Presentes, declarações de afeto em redes sociais e jantares à luz de velas permeiam e alcançam a vida mesmo de quem está solteiro, de maneira indireta, como expetadores. Assistimos aos mais variados gestos de afeto entre namorados e cônjuges.
Ao observarmos estes gestos carinhosos, tendemos a imaginar e perceber estes relacionamentos como casos perfeito de amor. No entanto, se tivéssemos a oportunidade de conversar abertamente com estes casais, tomaríamos conhecimento de que muitos tem alto grau de queixas e insatisfações em relação ao cônjuge e esta insatisfação atinge tanto homens quanto mulheres.
Não à toa, dados do IBGE mostram uma tendência crescente no número de divórcios no país ao longo da última década. Resultados da pesquisa do Journal of Social and Personal Relationships, realizada em 2022, que buscou compreender as causas dos conflitos entre casais, apontam os problemas econômicos, a infidelidade, os vícios e as falhas de comunicação como os mais determinantes para os litígios.
A comunicação deficiente parece ser um fator determinante para o desgaste conjugal. Dificuldades em dizer o que se pensa, sente e deseja, mal-entendidos, falta de diálogo aberto e a incapacidade de abordar conflitos de forma construtiva geram acúmulo de frustrações e favorecem o distanciamento emocional entre os parceiros e é para evitar e contexto que as linguagens do amor ganham cada vez mais importância.
Linguagens do Amor é um famoso livro do autor Gary Chapman, conselheiro matrimonial, pastor e terapeuta estadunidense que aborda a ideia de que cada pessoa tem uma maneira preferida de receber e expressar amor, chamada de “linguagem do amor”. Esta ideia é fruto da sua experiência de trabalho com casais e famílias, que o fez perceber que muitos problemas nos relacionamentos aconteciam porque as pessoas demonstravam e recebiam amor de maneiras diferentes, e que entender essas diferentes formas de expressão do amor poderia fortalecer os vínculos afetivos.As cinco linguagens do amor descritas no livro são:
Palavras de afirmação – elogios, palavras gentis e encorajamento. Expressões que vão além do “Eu te Amo” como: “Você fica linda com esta roupa”. “Como amo quando você cozinha para mim”. Admiro muito a sua determinação e ousadia no trabalho”.
Tempo de qualidade – dar atenção plena e estar presente de forma significativa. Deixar o celular de lado e conversar profundamente sobre temas e desejos do casal, assistir a um filme juntos de forma concentrada e carinhosa e fazer uma caminhada ao ar livre também são maneira de expressar amor.
Receber presentes – demonstrar amor através de presentes. Apesar de comum entre casais em datas comemorativas, entender a necessidade de surpreender o par com presentes em momentos inesperados é uma excelente estratégia para fortalecer relacionamentos. Vivenciar este tipo de linguagem do amor requer compreender que os presentes podem ser imateriais, como uma carta de amor escrita à mão ou uma tarde no spa.
Atos de serviço – fazer algo para ajudar ou agradar o outro. Preparar um jantar ou café da manhã para o parceiro, levar o carro à assistência técnica ou simplesmente lidar com as demandas das compras de supermercados e organização da casão são gestos que evidenciam afeto.
Toque físico – abraços, beijos e toque. Há parceiros que precisam de toques, beijos e abraços para se sentirem amados e prestigiados. Para os mesmos, a proximidade física em público como andar de mão dadas, o sentar lado a lado ou os toques carinhosos de forma inesperada no dia a dia são determinantes para que se sintam importantes.
Pensar em como comunicar amor de forma assertiva requer compreender que cada pessoa tem uma hierarquia própria dentro desse conjunto de gestos de afeto. Sendo assim, nesta semana do Dia dos Namorados, faz muito sentido perguntar ao seu parceiro como ele prefere receber amor — e não simplesmente continuar demonstrando carinho da forma que você acredita ser a mais significativa. Afinal, sua percepção pode estar muito mais ligada à maneira como você gostaria de ser amado do que ao que o outro realmente espera de você.
(*) Joziane Mendes é Coordenadora e Docente Universitária. Administradora. Especialista em Gestão de Pessoas. Mentora, palestrante e escritora com expertise em comunicação interpessoal, conflitos, oratória e carreira.
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