O Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas classificou como “um duro impacto para o Polo Industrial de Manaus e para centenas de famílias amazonenses” a demissão em massa realizada pela Philco na capital. Cerca de 800 trabalhadores foram desligados na última semana, durante um processo de reestruturação pontual da fábrica da empresa no Distrito Industrial.

Segundo a Philco, a medida foi motivada pela necessidade de readequação do planejamento de vendas de produtos sazonais diante do volume de produção previsto para 2025. A empresa informou que a decisão atinge apenas a planta de Manaus e não afeta outras unidades do grupo.

Em nota, a Philco reforçou o compromisso com os colaboradores e afirmou que todos os desligados receberão seus direitos trabalhistas legais, além de benefícios extras, como:

  • Manutenção do plano de saúde até o fim de agosto ou até o término do aviso prévio;
  • Distribuição de três cestas básicas para quem tem até dois anos de contrato;
  • Quatro cestas básicas para quem trabalha há mais tempo.

O sindicato destacou que tem atuado desde o início do processo para garantir os direitos dos trabalhadores, com base na Convenção Coletiva de Trabalho. A entidade firmou acordo coletivo com a empresa, oferece orientação jurídica individual aos afetados e seguirá acompanhando o caso com responsabilidade e compromisso com a classe trabalhadora.

Queda nas vendas provocou reestruturação

A Britânia Eletrodomésticos, dona da marca Philco, confirmou que os cortes ocorreram devido à queda nas vendas de TVs e micro-ondas e à não concretização das metas de crescimento previstas para 2025.

“Foi um caso atípico”, disse Valdemir Santana, presidente do sindicato e da CUT-AM. “Outras empresas do setor fizeram ajustes menores, mesmo com estoque alto de televisores.”

De acordo com dados da Eletros — entidade que representa o setor eletroeletrônico —, as vendas de TVs cresceram apenas 0,3% entre janeiro e maio de 2025 em comparação com o mesmo período do ano passado. A projeção é de um aumento de apenas 1% no semestre, o que indica estabilidade e desaquecimento no setor.

A Philco, que figura entre as dez maiores empregadoras do Polo Industrial de Manaus, informou que a última demissão em massa havia ocorrido durante a pandemia, também por baixa demanda de produtos sazonais.

Apesar do corte, o polo industrial de Manaus registra hoje um recorde de 132 mil empregos. O sindicato avalia que os desligados terão chance de recolocação, devido à falta de mão de obra qualificada na região.

As homologações começaram nesta segunda-feira (15/07), na sede do sindicato. A empresa garantiu ainda que vai priorizar os demitidos em futuras admissões.

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