Início » Amazonas » Tráfico navega pela Amazônia: Bases Fluviais apreendem 1,6 tonelada de drogas
Segurança pública na Amazônia
Tráfico navega pela Amazônia: Bases Fluviais apreendem 1,6 tonelada de drogas
Ações no primeiro semestre de 2025 reforçam que rios como o Solimões seguem como corredores do narcotráfico
Por Em Tempo*
Publicado em 29 de julho de 2025
Drogas apreendidas em barcos que navegam na Amazônia
Manaus (AM) – As águas dos rios amazônicos continuam servindo de escoadouro para o crime organizado. No primeiro semestre de 2025, operações coordenadas pelas Bases Fluviais Arpão 1, 2 e 3, Paulo Pinto Nery e Tiradentes, ligadas à Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM), resultaram na apreensão de 1,6 tonelada de drogas nos rios Solimões, Negro, Japurá e Amazonas — principais corredores do narcotráfico na região.
Ao todo, mais de mil embarcações foram vistoriadas entre janeiro e junho. As ações integradas entre as Polícias Militar e Civil também levaram à prisão de 60 pessoas, à apreensão de cinco armas de fogo, 23 munições, 325 mil litros de combustível e duas toneladas de produtos oriundos de caça e pesca ilegais. O prejuízo estimado às facções ultrapassa R$ 158 milhões.
Operação Narke
Apreensão emblemática ocorreu no dia 25 de junho, quando a cadela policial Athena sinalizou a presença de entorpecentes em uma balsa que vinha de Tefé. Ao todo, foram encontrados 55,8 kg de maconha do tipo skunk, 35,5 kg de pasta base de cocaína e 6,7 kg de cocaína em pó escondidos em compartimentos refrigerados. A operação foi batizada de “Narke”.
Rota Solimões
Esses dados reforçam uma realidade denunciada há anos por estudiosos da segurança pública: a Amazônia brasileira, especialmente os rios do estado do Amazonas, compõe a chamada Rota Solimões, principal corredor fluvial do narcotráfico entre a fronteira com a Colômbia e o Brasil urbano. Conforme apontou reportagem da Agência Amazônia Real, esses rios são usados para transportar cocaína produzida nos países andinos, que atravessa o território amazônico e segue para os grandes centros ou para exportação via litoral atlântico.
“O crime entendeu antes que o Estado: a Amazônia é um atalho”, afirmou em entrevista o sociólogo e especialista em segurança Ilário Paixão. “E enquanto não houver uma política regional de inteligência e integração, as facções continuarão navegando livremente.”
Além da tecnologia, o destaque operacional vai para os cães farejadores da Companhia Independente com Cães (Cipcães/PMAM). O cão Xerife, por exemplo, localizou 36 kg de drogas escondidos em sacos de farinha — carga avaliada em mais de R$ 885 mil.
Para o secretário de Segurança Pública, Vinícius Almeida, o resultado só foi possível com investimento estadual.
“Mais de 90% dos recursos das operações vieram do Governo do Amazonas, que compreende a importância da presença policial nos rios”, disse.
Drogas apreendidas em barcos que navegam na Amazônia Drogas apreendidas em barcos que navegam na Amazônia Drogas apreendidas em barcos que navegam na Amazônia Policial vistoria barco na Amazônia