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Pesquisadora da Fiocruz Amazônia recebe menção honrosa do Prêmio Oswaldo Cruz de Teses 2022

A premiação está na sexta edição e tem como objetivo prestar uma homenagem a alunos e docentes, que contribuem para o avanço na produção de conhecimento em saúde no Brasil.

Pesquisadora Michele Rocha de Araujo El Kadri
Pesquisadora Michele Rocha de Araujo El Kadri / Divulgação

Manaus (AM) – A tese de doutorado da pesquisadora em Saúde Pública, Michele Rocha de Araujo El Kadri, que atua no Laboratório de História, Políticas Públicas e Saúde na Amazônia (Lahpsa), do Instituto Leônidas & Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia), foi agraciada com Menção Honrosa do Prêmio Oswaldo Cruz de Teses 2022, entregue na última sexta-feira, 14/10, juntamente com a Medalha Virgínia Schall de Mérito Educacional, em solenidade realizada na Casa de Oswaldo Cruz (COC), no Campus de Manguinhos da Fiocruz, no Rio de Janeiro.

A premiação está na sexta edição e tem como objetivo prestar uma homenagem a alunos e docentes, que contribuem para o avanço na produção de conhecimento em saúde no Brasil, premiando teses defendidas em áreas temáticas de atuação da Fiocruz (ciências biológicas aplicadas e biomedicina; ciências humanas e sociais; medicina e saúde coletiva).

“Receber esse reconhecimento é importante nesse momento que vivemos no país, de ataque a ciência e à saúde pública, e em especial no contexto da Amazônia, onde a tese foi escrita, e também pela visibilidade ao trabalho que a Fiocruz faz no interior da Amazônia”, afirma El Kadri, que recebeu o diploma de Menção Honrosa das mãos da presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima.

A tese, intitulada “Da Atenção Básica à Atenção Especializada e de Urgência Regional: os modos de fazer saúde na Amazônia das Águas”, foi apresentada e aprovada em 18 de abril deste ano.

“Falamos muito sobre Amazônia e saúde, como se fosse uma coisa só. A tese trata sobre uma dessas Amazônias, que são várias e diferentes umas das outras. A Amazônia sempre tem sido tratada como um lugar homogêneo, no qual projetos e políticas públicas são implementadas sem contemplar as diferentes formas de organizar a vida nos seus múltiplos ambientes”, esclarece, citando os diferentes territórios existentes na Amazônia: de fronteira, indígena, o de metrópole e o rural interligado por estradas”, diz.

Divulgação

A tese, segundo El Kadri, traz o reconhecimento de uma dessas Amazônias, a das águas, que também é chamado de território líquido.

“No atual contexto, de ataque a ciência torna-se ainda mais relevante trazer esse tema e dar visibilidade a esse lugar para que entendamos que as políticas públicas têm que ser feitas e pensadas com as pessoas, respeitando as singularidades dos seus modos de vida. No caso da tese, nos referimos especificamente à vida ribeirinha, na região do Médio Solimões, próximo a Tefé e os municípios do entorno para falar sobre a questão da interferência da sazonalidade do rio na forma como as pessoas acessam a saúde, a exemplo do tempo de deslocamento, conduta terapêutica, transferência ou não de pacientes. O ribeirinho tem o acesso à saúde moldado na sazonalidade fluvial”, afirma.

Para a pesquisadora, entender essa dinâmica pode orientar melhores práticas e soluções locais mais apropriadas para saúde pública em territórios com características semelhantes.

“Nesse território, deve-se considerar o rio não como barreira ao acesso, mas sim como elemento que facilita a conexão entre pessoas, serviços e lugares. O município-polo tem condições de ofertar mais serviços especializados do que está disponível hoje para suporte à atenção básica dos municípios do entorno, desde que haja investimento e responsabilização do ente estadual na coordenação e financiamento da rede regional. Na Amazônia esse fortalecimento da atenção especializada e hospitalar regional impactaria no custo da operação de todo o sistema, uma vez que reduziria a necessidade de encaminhamento de pacientes um centro urbano, bem mais distante da residência dos ribeirinhos”, conclui.

A pesquisa contou com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa no Estado do Amazonas (Fapeam)

Confira os premiados da edição 2022

Medalha Virginia Schall de Mérito Educacional

· Homenageado: Wilson Savino, pesquisador titular em Saúde Pública, do Instituto Oswaldo Cruz.

Prêmio Oswaldo Cruz de Teses

Área Ciências Biológicas Aplicadas e Biomedicina

· Prêmio: Priscila Silva Grijó Farani

· Menção Honrosa: Sara Nunes de Oliveira Araujo e Morganna Costa Lima

Ciências Humanas e Sociais

· Prêmio: Laís Barbosa Patrocino

· Menção Honrosa: Kátia Maria Barreto Souto

Medicina

· Prêmio: Fernanda Silva Medeiros

· Menção Honrosa: Mariana Lourenço Freire e Jéssica Vasques Raposo Vedovi

Saúde Coletiva

· Prêmio: Rosilene Aparecida dos Santos

· Menção Honrosa: Gabriella Marques Bernardes e Michele Rocha de Araujo El Kadri

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