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Pandemia

Sem folia: comércio manauara registra queda nas vendas de Carnaval

Muitos comerciantes deixaram de investir na compra de produtos, já que as festas foram adiadas

Reprodução

Manaus (AM) – A preocupação com a Covid-19, mais uma vez, interferiu no carnaval deste ano na capital. Com a chegada do período, muitos comerciantes deixaram de investir na compra de produtos, já que as festas foram adiadas, no intuito do Governo do Estado continuar o processo de vacinação.

Nesta sexta-feira (25), além da pouca movimentação no Centro de Manaus na procura por fantasias e adereços, poucas lojas investiram em produtos, para evitar prejuízos.

A autônoma Antônia Maia, 36, moradora do bairro São José, zona Leste de Manaus, disse que chegou cedo para pesquisar os produtos mais baratos, empolgada com uma pequena confraternização que faria em casa. No entanto, revela que a realidade foi outra.

“Andei, andei até me cansar, porque não vi quase nada sendo oferecido nas lojas. Eu estava tão empolgada e acabei ficando ‘borocoxô’ para fazer a confraternização. Vou continuar andando para ver se, ao menos, acho uns confetes”, relata.

Pela mesma situação passou o estudante Caio Meirelles, 20, que disse ter vindo do bairro Cachoeirinha, na Zona Sul da capital, para escolher uma fantasia, pois faz aniversário na semana de carnaval.

“Quebrei a cara, porque são poucas as opções. Acho que devo ter visto umas duas ou três lojas. Vou ter que fazer uma pra mim, pois ia comemorar meu aniversário com uma festinha de carnaval em casa, mesmo”, disse.

Sem clima

Renata Fraga, 45, é gerente de uma loja de variedades na avenida Eduardo Ribeiro. Este ano, ela conta que a empresa não apostou na festividade, justamente por conta da Covid, como no ano anterior.

“Vimos que completar a vacinação é necessária, apesar da festa nos dar lucro e gerar empregos. Só que é melhor viver e lutar pela saúde. Virão outros e outros carnavais, mas temos que sair disso primeiro. Claro, abalou nosso faturamento”, explica.

Em outro estabelecimento, na rua Henrique Martins, poucos investimentos foram feitos, para não passar o período em ‘branco’, disse o gerente Fernando Salgado, 38.

“A gente comprou pouca coisa, porque está proibida a festividade até que as pessoas completem a vacinação. Ouvi dizer que tem a possibilidade de ser em abril, maio, não presencial. Então, como vamos investir em produtos que não vão sair?”, afirma.

Exceção

No entanto, em uma tradicional loja na avenida Floriano Peixoto, um setor dedicado, exclusivamente, para atender as pessoas que não deixam de comemorar o período, mesmo que de forma discreta, em casa.

A encarregada no estabelecimento, Diana Alves, 31, o que os clientes não encontram de opções no Centro, acabam recorrendo à loja.

“Para nós, a princípio, estão muito boas as vendas. Temos nosso setor de carnaval e investimos em vários modelos de acessórios e máscaras. Estamos com uma expectativa bem grande de vendas”, comenta.

Sobre o fato dos clientes estarem procurando a loja, por ter sido uma das poucas que criou um setor específico para essas vendas, a encarregada comemora.

“Isso ajudou bastante, até porque outras lojas procuram nossos materiais para revenda. Estamos esperando que isso melhore, muito mais”, disse.

Avaliação

O presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Amazonas, Aderson Frota, lembra que o amazonense ainda está vivenciando momentos difíceis atravessados em 2021 como os aumentos de Petróleo, Energia, Juros Bancários e inadimplência.

“Isso deixa o consumidor cauteloso, evitando fazer gastos desnecessários. Até porque, houve uma perda de emprego e renda em função dos custos que foram muito elevados. Então, esse momento em que vivenciamos a pandemia, merece um pouco de atenção, cuidado e cautela, por parte do consumidor. É isso que está motivando a queda das vendas. O comércio está preocupado com o baixo nível das vendas. Embora, não tenha os desfiles e grandes festas para evitar as aglomerações, com certeza vai ter os grupos de amigos que vão se reunir e o setor que vai sofrer um pouquinho em relação às vendas é o que tem os produtos ‘linkados’ ao carnaval: as fantasias, confetes e etc., porém, acho que a perda será mínima. As circunstâncias não estão favoráveis, neste momento. Claro, haverá um calendário depois para a festividade e, aí, teremos o melhor período de vendas do ano”, avalia.

Eventos

Por enquanto, os grandes eventos ainda estão suspensos em Manaus, como medida de segurança contra a Covid-19. Por conta disso, as agremiações farão a apresentação, nos dias 17, 18 e 19 de março, sem público, por meio de uma live.

A Fundação de Vigilância em Saúde – Dra. Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP) vai realizar testes em todos os integrantes da ação, por meio de um cronograma de testagem, 48 horas antes das apresentações.

O acesso ao Sambódromo só será permitido com o resultado do teste negativo. Além disso, os foliões das escolas deverão apresentar a carteira de vacinação com o ciclo completo de imunização contra a Covid-19.

O Governo do Amazonas também buscou a parceria para a imunização da população, junto às escolas de samba com a campanha “Para Sambar, Tem que Vacinar”.

Acompanhe avaliação do presidente da Fecomércio/AM, Aderson Frota:

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