Brasília (DF) – O relator-geral do Orçamento, Marcelo Castro (MDB-PI), afirmou, nesta sexta-feira (4), que considera “pacificada” com a equipe de governo de transição a inclusão de um auxílio financeiro permanente, nos moldes do extinto Bolsa Família, de R$ 600 mensais aos mais pobres. Agora, o emedebista trabalha para construir consenso entre os parlamentares em torno do tema.
Castro se reuniu, nessa quinta (3), com o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), e o senador eleito Wellington Dias (PT-PI). A dupla foi designada por Lula (PT) para cuidar do assunto e da inclusão no cálculo do Orçamento do próximo ano um reajuste real do salário mínimo.
Calcula-se que o impacto da criação de um auxílio de R$ 600 pode chegar a R$ 70 bilhões, ultrapassando o teto de gastos. Diante disso, após o encontro, o emedebista defendeu a possibilidade da criação de alternativas legislativas para driblar o impasse orçamentário.
“Chegamos a um acordo: não cabe no orçamento atual as demandas que precisamos atender. Então, de comum acordo, decidimos levar aos líderes partidários, e aos presidentes da Câmara e do Senado, a ideia de aprovarmos uma PEC, em caráter emergencial, excepcionalizando do teto de gastos despesas que são inadiáveis”,
disse, na ocasião.
Uma das prioridades da campanha de Lula era a manutenção do que é pago pelo benefício hoje, ou seja, R$ 600. Para isso, segundo interlocutores, seria preciso um adicional de R$ 7o bilhões na peça orçamentária.
De acordo com Castro, haverá uma reunião na próxima segunda-feira (7), em São Paulo, com Lula e a equipe técnica, para que se chegue a um valor.“A preocupação é manter o Bolsa Família de R$ 600 para pagá-lo em janeiro. Há necessidade de, até 15 de dezembro, termos a aprovação”, completou Geraldo Alckmin.
Um outro ponto, já prometido por Lula, é a complementação no valor de R$ 150 para famílias com crianças de até seis anos. Dessa forma, para abarcar o benefício, o deputado Enio Verir avalia que será necessária uma abertura de R$ 70 bilhões.
“No orçamento (atual) tem R$ 105 bilhões pro auxílio. Para o que nós queremos [manutenção de R$ 600] faltam R$ 70 bilhões. Então, a ideia é a gente agora ajustar aquilo que é mais urgente”,
disse o parlamentar.
*Com informações do Metrópoles
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